São duas áreas de actuação que podem muito bem estar nomeadas para os prémios revelação da cidade do Porto. Como se de deu o salto para as luzes da ribalta? Filipe Araújo explica.
Ambiente e Inovação são temas de grande abrangência e que concorrem para a sustentabilidade, um dos quatro pilares do Manifesto independente. Em matéria de ambiente, o vice-presidente da Câmara do Porto começou por fazer uma resenha sobre a vasta estrutura municipal que, sob sua responsabilidade, cuida da gestão de todos os espaços verdes, jardins e parques infantis (só no território estão inventariadas mais de 65 mil árvores); define políticas de saúde pública e animal; gere a frota municipal; trata de pedidos de licenciamento do ruído; e está responsável pela educação ambiental de 60 mil crianças, entre outras tarefas.
O QUE ESTÁ A SER FEITO NA CIDADE NAS ÁREAS DO AMBIENTE E DA INOVAÇÃO
Na verdade, é neste âmbito que têm sido tomadas importantes decisões para a cidade do Porto, em linha com o pensamento do movimento independente. Entre elas, “evidencia-se a grande transformação na frota municipal”, que hoje tem uma elevada percentagem de veículos eléctricos, competindo, directamente, com cidades nórdicas, como Copenhaga. A integração do Porto na rede europeia Euro Cities, enquanto cidade conselheira e parceira da Comissão Europeia “com voz ativa”. Ou, ainda, a presidência da AdEPorto – Agência de Energia do Porto, entidade que integra nove municípios a norte do rio Douro e que está a liderar a mudança de paradigma do consumo energético.
Acerca dos projectos que estão em curso, Filipe Araújo identificou a obra do interceptor do rio Tinto, que “está a avançar a bom ritmo” e que estará pronto em 2019, numa operação conjunta com a Câmara Municipal de Gondomar. A empreitada vai permitir a despoluição deste afluente, aproveitando-se ainda para requalificar e alargar a área do Parque Oriental da cidade.
Está também em marcha o projecto Fun Lab, que se propõe distribuir 10000 árvores para os munícipes plantarem até 2020. E, em contínuo, apontou a requalificação de todos os parques infantis da cidade (sendo que, nos últimos anos, este tipo de equipamento duplicou na cidade), bem como a requalificação dos jardins públicos.
A curto e médio prazo, identificou o “desafio enorme” da abertura de um corredor verde entre os bairros do Falcão e do Freixo e a construção do Centro de Recolha Animal, que permitirá a duplicação do número de espaços de boxes, face ao velho canil que tem 80 anos. O novo espaço, que ficará localizado no Viveiro Municipal, tem o arranque da obra prevista para Maio e a sua execução em 12 meses.
Já a longo prazo, o plano da construção, de um pulmão verde na zona da Asprela, em parceria com a academia do Porto, que aguarda aprovação comunitária.
Por seu turno, no campo da Inovação, pelouro que foi criado há cinco anos, o vice-presidente da Câmara do Porto identificou como “braços armados a Associação Porto Digital, as universidades e a Metro do Porto”.
Sobre o trabalho desenvolvido pela Porto Digital, Filipe Araújo evidenciou a rede de fibra óptica disponível, “a maior a nível nacional”; a implementação da rede wi-fi nos autocarros da STCP (que rivaliza com as maiores cidades do mundo); e a estratégia ScaleUp Porto., que tem sido uma forte aliada à robustez do ecossistema empreendedor da cidade do Porto. Por tudo isto, se justifica que, em breve, seja retomado o projeto Porto Innovation Hub, em parceria com esta associação.
A este propósito, lembrou a ainda recente eleição do Porto como a cidade europeia mais amiga das startups, uma distinção atribuída pelo Fórum Mundial de Investimento de Business Angels.
A médio prazo, tratar-se-á de fazer uma “revolução completa nos sistemas de gestão documental” do Município, o que representa um investimento aproximado de 800 mil euros. Nesta senda, outro projecto importante virá com a reformulação de toda a estrutura de atendimento do Gabinete de Munícipe, “de segunda geração”.
Já para o Centro de Gestão Integrada (CGI), “o cérebro que comanda a cidade” e que reúne, no mesmo espaço, forças de segurança, da protecção civil e demais entidades de áreas tão diversas como o ambiente, a mobilidade, os transportes, ou até gestão de eventos, o objectivo é “municiar plataformas de gestão que nos permitam antecipar soluções”, numa lógica proactiva e não reactiva.
PORTO AMBIENTE
Criada no ano anterior, a empresa municipal Porto Ambiente tem, neste momento, cerca de 100 colaboradores, sendo que, durante este ano, prevê chegar aos 200. Tem como principal finalidade aumentar o volume de resíduos recicláveis por ano (a título de curiosidade, desde 2013, aumentou cerca de 29% para cerca de 25 mil toneladas/ano e a tendência é para um crescimento ainda maior).
Para além disso, com o final das concessões, a empresa municipal vai passar a liderar a limpeza urbana e a recolha de indiferenciados e selectivos.
Tal como pedia o guião de Francisco Ramos, presidente da direcção do Porto, o Nosso Movimento, os associados e os demais cidadãos não foram meros espectadores de uma sessão que se queria com vários intervenientes. Primeiro ouviu-se Filipe Araújo prestar contas sobre políticas e projectos seguidos pela Câmara do Porto para as áreas do Ambiente e da Inovação. Depois, tempo houve para que fossem colocadas questões, partilhadas ideias e contributos. Aliás, algumas dessas questões partiram do próprio presidente da Associação Cívica, que quis saber qual o ponto de situação de três medidas que figuram no Manifesto que rege a governação dos eleitos pelo movimento independente: a sinalização pública com recurso a luzes LED; a expansão das hortas comunitárias; e a eliminação da deposição de resíduos fora dos contentores, bem como a alimentação indevida de animais na via pública.
Para o início de Março, está marcado o primeiro jantar temático. Esteja atento(a) à agenda, porque em breve daremos novidades.