30 Março, 2019

Porto continua a evoluir e a ser exemplo nas áreas da Inovação e Ambiente

Um ano e um mês distam entre as duas prestações de contas do vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, vereador do Pelouro da Inovação e Ambiente. Tempo suficiente para novo escrutínio a estas duas áreas em permanente evolução que, de diferentes formas, dão suporte a dois pilares do Manifesto Eleitoral independente: a sustentabilidade e a economia. A reunião realizou-se esta semana nas instalações do OPO’Lab.

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No campo da inovação, Filipe Araújo realçou a aposta do Município no ecossistema empreendedor. Com a recém-abertura das novas instalações do Porto Innovation Hub (PIH), classificado como “o espaço de inovação da cidade”, foi dado um salto qualitativo nesse sentido. Enquanto “casa aberta” à produção de conhecimento e de talentos, a nova configuração do projecto, criado pela autarquia através da Associação Porto Digital, vai permitir acompanhar a comunidade empreendedora de forma atenta e continuada. Por outro lado, o Município passa a ter no PIH um parceiro privilegiado na candidaturas a projectos europeus para criar e aplicar soluções inovadoras ao serviço do cidadão.

A este projecto-âncora somam-se outros recentes, como o lançamento de um guia para a inovação na cidade ou um mapa dinâmico do ecossistema da Região.

Um ano após a primeira reunião de prestação de contas do vereador com os associados do Porto, o Nosso Movimento surge mais uma novidade: o projecto Gestor de Ocorrências, que em breve vai revolucionar a interacção entre a Câmara e o cidadão, ao possibilitar, de forma directa e eficaz, que se reportem problemas “como um buraco na rua ou sacos de lixo avistados fora do contentor”, exemplificou o vereador.

A ferramenta segue o princípio da cocriação no desenho de serviços públicos, uma prática comum em várias cidades europeias. No desenvolvimento da plataforma, ouviram-se os dois lados: as equipas internas fizeram “um mapeamento de todos os processos” e a população participou em várias entrevistas.

Este ambiente de cocriação não é exemplo único. Como detalhou o vice-presidente da Câmara, o Município lançou recentemente o projecto “Praça Amiga”. Numa primeira fase, auscultou a população e comerciantes do Largo do Dr. Tito Fontes e do Largo 3 de Fevereiro, procurando recolher sugestões de melhoria para os locais. “Tivemos uma grande participação. Muitos cidadãos foram simplesmente dizer aquilo que não querem”, observou.

Porto entre as cidades do mundo com maior rede wi-fi

O projecto de expansão da rede wi-fi da cidade continua a fazer significativos progressos. São mais de 4.000 quilómetros de fibra óptica e cerca de 80.000 utilizadores diários.

“Há cidades muito maiores que não apresentam estes números”, constatou Filipe Araújo, mostrando num mapa como a mancha de utilizadores evoluiu em apenas um ano.

Estratégia ScaleUp Porto

O programa municipal no apoio ao empreendedorismo, especialmente dirigido às startups que nascem e crescem na cidade, promoveu, só no ano passado, 20 iniciativas e apoiou 18 eventos externos, reunindo mais de 10.000 participantes.

O braço forte da estratégia ScaleUp Porto, referiu o vereador, é a Semana “Start and Scale”, um evento intensivo de promoção da inovação, empreendedorismo e tecnologia na cidade. A quarta edição arranca nesta segunda-feira, dia 1 de Abril.

Em 2019, o programa inclui “a maior competição de programação a nível mundial”. Em parceria com a Universidade do Porto, o Município vai receber na Alfândega do Porto programadores de 135 países.

Mudança de paradigma nos serviços ao munícipe

No último ano, a Câmara do Porto atendeu presencialmente, por e-mail ou online mais de 250 mil pessoas. “O Gabinete do Munícipe é a grande porta de ligação entre a Câmara Municipal e o cidadão”, constatou o responsável.

Para melhorar e maximizar ainda mais esta comunicação, Filipe Araújo quer avançar com a criação de “um número de cidade, apenas com três ou quatro dígitos”.

A nível interno, um outro desígnio está a ser cumprido: “a desmaterialização de todos os processos. Tudo o que entra na Câmara do Porto é tornado digital e passa a tramitar em digital”, indicou.

Sustentabilidade energética com investimentos de grande retorno

O Município do Porto define a aposta em energias sustentáveis e alternativas como uma prioridade. Nessa medida, tem em curso o investimento de 1 milhão de euros para dotar “34 edifícios municipais, entre os quais 25 escolas [básicas da rede pública], com painéis solares”. Como sublinhou o vice-presidente da Câmara, “este é o tipo de investimento que se paga muito rapidamente. Neste caso, a diminuição de custos é superior a 200 mil euros/ano”.

A mesma lógica está a ser aplicada à substituição total da iluminação pública por iluminação LED. O concurso vai ser lançado em breve e está orçado em cerca de 9 milhões de euros, mas a poupança anual pode atingir os 2 milhões de euros.

Esta preocupação com o futuro das gerações vindouras reflecte-se também na rede de automóveis do Município. “Actualmente, 70% da frota municipal é híbrida plug-in ou eléctrica”, atestou o vereador.

No debate sobre o fim das concessões de energia, que terminam em 2026, o Município do Porto tem tido “um papel de liderança”. Filipe Araújo diz que a Câmara está a estudar as melhores soluções “para que este activo seja bem explorado”. Neste âmbito, o apoio da AdEPorto – Agência de Energia do Porto tem sido fundamental.

Ambiente: taxa de reciclagem aumenta e serviço de recolha de resíduos está estabilizado

A operar a 100% desde 2018, a empresa municipal Porto Ambiente já tem estabilizado o serviço de recolha de resíduos.

Se em 2016 a taxa de reciclagem se situava nos 26%, em 2018 subiu para os 28,4%. Em 2020, a autarquia pretende atingir os 30,66%. “Vamos muito rapidamente alcançar esta meta”, asseverou o vereador.

Actualmente, há mais de 1.000 habitações no concelho com recolha porta-a-porta e, nestes casos, a taxa da recolha selectiva (isto é, a recolha de resíduos previamente separados) chega a uns expressivos 67% (deste número, derivam depois os resíduos passíveis de serem reciclados). Números que impulsionam o Município a alargar a medida a outras partes do território.

“Com a Porto Ambiente, temos uma candidatura de cerca de 1,8 milhões de euros à espera de aprovação”, para um novo projecto que corresponderá à cobertura de 20% a 30% da população, comunicou Filipe Araújo.

Desde 2014, efectua-se também a recolha de resíduos junto dos comerciantes. Nessa altura, havia 145 adesões, mas em 2018 chegou-se aos 796 aderentes – um crescimento na ordem dos 449%.

O número de ecopontos também está a crescer, assim como a recolha de resíduos selectivos. Nos últimos quatro anos, registou-se um aumento de 35%, mas só entre 2017 e 2018 a subida foi de 10% (valores que indicam as melhorias alcançadas com a empresa municipal).

O investimento em nova contentorização, em novos equipamentos e na formação de brigadas de sensibilização que, diariamente, consciencializam residentes e comerciantes à adopção de boas práticas na deposição dos resíduos constitui outra aposta municipal.

Novos parques verdes e requalificação dos já existentes

A obra de duplicação do Parque Oriental, que vai ter uma extensão 20 hectares, continua a decorrer a bom ritmo, prevendo-se a sua conclusão em Junho. Acompanhada pelo arquitecto paisagista Sidónio Pardal, que fez o Parque da Cidade, a empreitada corresponde à “recuperação do maior passivo ambiental da cidade” e está a ser feita com o acompanhamento da Águas do Porto, disse o vereador da Inovação e Ambiente. O investimento ronda os 8 milhões de euros. A par deste projecto, continua a ser feita a despoluição do Rio Tinto, em parceria com a Câmara de Gondomar e LIPOR.

Noutro ponto da cidade, planeia-se a construção de mais um pulmão verde, com 2 hectares. Nos terrenos da Universidade do Porto vai nascer o Parque Central da Asprela e associam-se ao projecto a Câmara do Porto, a empresa municipal Águas do Porto e o Politécnico do Porto. O concurso foi lançado recentemente e o investimento é de 2 milhões de euros.

Destaque também para a requalificação do Jardim Émile David, localizado na entrada do Palácio de Cristal. Os trabalhos iniciaram-se em Novembro de 2018 e devem estar concluídos até Julho. A configuração original do jardim, com 150 anos, será mantida.

Relativamente ao plano de intervenção no Jardim da Praça da República, Filipe Araújo admitiu “algum atraso” no lançamento do concurso, tendo em conta a complexidade do projecto, que pressupõe “o arranjo urbanístico” da zona e um trabalho conjunto com diferentes pelouros.

O responsável mencionou também o Parque do Covelo, onde a autarquia investiu cerca de 320 mil euros. Ou ainda as requalificações em diversos parques infantis da cidade, “que passam a ser monitorizados mensalmente”.

Expansão dos espaços verdes

Nos últimos anos, “todos os parques públicos receberam intervenção municipal”. Agora, a Câmara Municipal quer ir mais longe e intervir nos espaços verdes ainda não-utilizados.

Os jardins do Palácio de Cristal vão crescer, fruto da aquisição recente de um terreno contíguo. No Parque da Cidade há uma parcela “ainda em mato” que vai ser intervencionada.

Na Lapa, o Pelouro do Ambiente quer criar um espaço verde, que será estudado à luz do novo PDM (Plano Director Municipal). Na zona oriental, há uma parte do Parque de São Roque, até agora vedada por um muro, que vai ser aberta à população. Na Quinta de Salgueiros, o trabalho que está a ser realizado com espécies autóctones (Biolab) vai mostrar-se à população. E, no Terminal Intermodal de Campanhã, Filipe Araújo garantiu que não faltará uma mancha verde.

Noutra vertente da acção municipal pelo Ambiente, o vereador fez referência ao FUN Porto – projecto de Florestas Nativas Urbanas do Porto. Nele, estão enquadradas as iniciativas “Se tem um jardim temos uma árvore para si“, que já distribuiu mais de 6.000 árvores (o objectivo é chegar a 2020 com 10.000 árvores plantadas); o “Porto BioLAB”, primeiro bosque urbano nativo; e a “Rede de Biospots”, que já resultou na plantação de cerca de 2.000 árvores nos principais eixos de trânsito (até ao final de 2020 a meta é chegar às 10.000 árvores).

Por outro lado, o Município “tem feito um trabalho gigante de intervenção em centenas de caldeiras”, assinalou o responsável, ilustrando com fotografias “o antes e depois” das acções desenvolvidas pelas equipas do ambiente e da via pública.

Cidade que se preocupa com o bem-estar animal

O Centro Oficial de Recolha está em construção no Viveiro Municipal e será inaugurado nos próximos meses. Já no início deste ano nasceu o primeiro parque canino da cidade, no Jardim de Paulo Vallada, com áreas distintas para cães de pequeno e grande porte.

A par destes projectos, o Município lançou uma campanha de adopção, que também destaca o facto de a autarquia suportar as esterilizações.

Projectos internacionais com financiamento aprovado

Nos últimos anos, o Município tem apostado em candidaturas a vários projectos disruptivos. São disso exemplo, o URBiNAT – Urban Innovative and Inclusive Nature, com 1,3 milhões de euros financiados para a criação de corredores verdes na freguesia de Campanhã; o SynchroniCity, um consórcio mundial para criar novas soluções e aplicações inteligentes que respondam a desafios vividos em contexto urbano, com 560 mil euros para o Porto; ou o City Loops, iniciativa do Horizonte 2020 para promover a economia circular, que tem 1 milhão de euros financiados.

No final da sessão, Nuno Nogueira Santos, elemento da direcção do Porto, o Nosso Movimento salientou a evolução do trabalho feito nestas duas áreas, apenas com o intervalo de um ano entre as duas apresentações.

O também membro da direcção da Associação Cívica, Miguel Pereira Leite, agradeceu ao mentor do OPO’Lab, João Barata Feyo, a cedência do espaço para a reunião. Localizado na Rua de D. João IV, o coworking criado em 2010 numa antiga garagem é também o primeiro FABLab de Portugal dedicado a pensar e a explorar o uso criativo de novas tecnologias nas áreas da arquitectura, engenharia, design e outros campos artísticos.

“São momentos como este que me dão imenso orgulho em fazer parte deste Movimento”. Como continuou, as reuniões periódicas de prestação de contas “são um exercício de cidadania”, Para que esse desígnio se cumpra na plenitude, Miguel Pereira Leite salientou como prioridade da Associação Cívica “a ampliação do número de associados”.

 

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