Já em reunião de executivo, Pizarro e os seus vereadores do PS Porto, se tinham juntado ao vereador da CDU e a um do PSD, para tentar travar os planos do executivo. Sem sucesso. O projecto de Rui Moreira tem como objectivo que a Câmara do Porto possa gerir com os mesmos benefícios que Lisboa, equipamentos como o Cinema Batalha e o Rivoli ou o “Cultura em Expansão”. Na altura, em reunião de Câmara, as pretensões de Pizarro falharam e, por isso, o PS tentou ontem, de novo, aliar-se ao BE, CDU e PSD Porto para travar a medida que trará grandes benefícios.
Em Assembleia Municipal, contudo, o Movimento Independente de Rui Moreira, voltou a ganhar, graças ao voto unânime dos seus deputados municipais, de dois deputados eleitos nas listas da coligação liderada pelo PSD e ainda a Francisco Assis, que se recusou a votar ao lado de Manuel Pizarro, defendendo o projecto de cultura preconizado por Rui Moreira.
Além de Assis, que fez uma clarividente declaração perante os deputados, também duas outras deputadas do PS decidiram viabilizar a proposta, ao abster-se, e a criação da empresa municipal acabou por ser aprovada com 23 votos a favor, 21 contra e duas abstenções.
Entre os votos a favor destacou-se, assim, o do deputado Francisco Assis, que deixou claro que esta medida era consequente com a política cultural da cidade e fazia jus à história. Assis lembrou que nem é apoiantes de Rui Moreira e que até defendeu que o PS tivesse uma candidatura própria quando Pizarro ainda apoiava o actual presidente da Câmara.
Com esta decisão, o PS Porto sai derrotado de novo, assim como a tentativa de Pizarro em inviabilizar uma proposta estruturante para a governação da cidade, desrespeitando aquilo que foi por si prometido no momento em que decidiu candidatar-se contra Rui Moreira.
A política cultural da cidade pode assim continuar a ser cumprida e avançar com uma gestão mais eficaz de equipamentos como os teatros e cinemas. Recorde-se que, recentemente, a Câmara garantiu a gestão e recuperação do Cinema Batalha e optou pela compra do Teatro Sá da Bandeira para que este não se perdesse ou fosse demolido.
As vantagens que Pizarro quis negar ao Porto, foram dadas pelo Governo PS a Lisboa, para viabilizar a EGEAC, empresa municipal de Cultura da Câmara da capital, que é liderada pelo PS. É caso para dizer que Pizarro está a fazer pelos dois: pelo seu PS e por Lisboa… mas não pelo Porto.