19 Julho, 2017

“Connosco as contas à moda do Porto não serão delapidadas”

Convidado de honra do jantar da Confraria das Tripas, que decorreu esta noite no edifício da Alfândega do Porto, o candidato à Câmara do Porto, Rui Moreira, apresentou, em linhas gerais, os conteúdos programáticos do movimento O Nosso Partido é o Porto. Perante um salão que reuniu mais de duas centenas de confrades atentos às suas palavras, Rui Moreira falou sobre os quatro pilares da sua candidatura: o “triângulo virtuoso”, da cultura, coesão social e economia, ao qual junta agora um quarto vector: a sustentabilidade. Sobre a situação financeira do município, advertiu: “É muito difícil arrumar as contas, mas em quatro anos é muito fácil delapidá-las”.

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Rui Moreira, também confrade da Confraria Gastronómica das Tripas à Moda do Porto, começou por agradecer o convite que a Confraria lhe dirigiu, saudando os convivas como “tripeiras e tripeiros”. Agradeceu também as palavras prévias que lhe dirigiu o mandatário da sua candidatura, Professor Valente de Oliveira, identificando-o como o “grande senador da cidade”, uma personalidade que admira “há mais de 40 anos”.

Em traços largos, apresentou as propostas da candidatura independente ao Porto. E fê-lo, recuando o seu discurso no tempo, há quatro anos atrás. Na altura, quando se candidatou pela primeira vez, explicou Rui Moreira que “o que preocupava os portuenses, era a sustentabilidade das boas contas da cidade, depois de muitos anos de sacrifício” para as recompor. Num tempo em que os danos de uma crise profunda estavam ainda bem presentes, o candidato reconhece que a sua eleição e da sua equipa em 2013 foi, em larga medida, alcançada em função desse critério: a sua atitude de rigor financeiro pela qual era conhecido.

Passados quatro anos, Rui Moreira congratula-se pela manutenção e rigor das boas contas. E conseguiu fazê-lo, não sacrificando o cumprimento do seu programa e, tendo, durante este período, “baixado os impostos da cidade (IMI) por duas vezes”. Por isso, o candidato à Câmara do Porto deixou uma certeza. “Para os próximos quatro anos, uma garantia de base vos damos: não vamos delapidar as contas da cidade, por muito atraente que sejam as promessas de obras faraónicas”, afiançou Rui Moreira, acrescentando que “existe nesta matéria um trabalho de 16 anos que foi iniciado pelo meu antecessor”.

O “triângulo virtuoso” em que alguns não acreditavam – cultura, coesão social e economia – provou que funciona

É essa a convicção de Rui Moreira, que acredita que os três pilares da candidatura que apresentou em 2013, a cultura, a coesão social e a economia, “bem articulados entre si”, produziram resultados notáveis na própria argamassa da cidade.

Sobre o primeiro pilar, a cultura, Rui Moreira “puxou pelos galões” da sua equipa, evocando o antigo vereador Paulo Cunha e Silva e a sua visão da cidade, da Cultura em Expansão à Cidade Líquida. Para ele, “há quem ache que é um dado adquirido, porque é imaterial”, e por isso desvaloriza a obra feita.

“A cultura vai continuar a ser um dos instrumentos fundamentais da cidade e também essa pode voltar atrás”, garantiu o candidato, destacando o forte impacto deste vector na coesão social.

“Não temos que ter medo do turismo”

A economia, pilar da candidatura do Nosso Partido é o Porto, tem sido impulsionada na cidade muito graças ao turismo. “Mas não só”, entende Rui Moreira. Na verdade, acredita, “o turismo tem desempenhado um papel muito importante na criação de emprego”, sobretudo no campo do trabalho indiferenciado, combatendo directamente “o desemprego de longa duração”.

Por isso, afirma sem hesitações que “não temos que ter medo do Turismo”, porque tem tido um forte impacto económico na cidade, entendendo que “como qualquer outra actividade tem que ser regulada”, não podendo transformar-se numa monocultura.

Mas a atracção do investimento na cidade tem ido muito além do turismo, disse Rui Moreira, lembrando aos presentes a procura crescente do Porto para a instalação de negócios do sector das TIC. Por isso, para o candidato, quem diz que no Porto não se fez obra “ou não conhece a cidade ou então quer negar a realidade”. Na sua opinião, “o Porto está hoje diferente da cidade de há quatro anos. Hoje há um sentimento de oportunidade” que não existia, assenta.

“Criámos uma marca, o factor mais importante na dinamização internacional da cidade”

Há quatro anos, os independentes queriam uma cidade “interessante e confortável”. Em 2017, Rui Moreira considera que a sua equipa conseguiu cumprir esse desígnio. Para o candidato à Câmara do Porto, e seu actual presidente, foi determinante a criação de uma marca, do Porto-cidade, que lhe garantiu projecção internacional.

Certo é, admite, que a ideia não é inovadora, assim já o fez Nova Iorque. Mas a nível nacional, o Porto foi pioneiro, e certo é que hoje também todos entendem o Porto através da sua marca. De acordo com Rui Moreira, esta estratégia de afirmação da cidade imprime-lhe um carácter competitivo. “Claro que há quem diga que é só festa, e que o resto é imaterial”, aponta. Algo que não preocupa o candidato, que considera que “ao município compete potenciar o imaterial, criando condições para o privado criar o material”. E, sobre esse aspecto, Rui Moreira diz que a autarquia tem cumprido o seu papel enquanto “agente facilitador”, estimulando a economia e os investidores, promovendo as ligações em rede, entre o meio académico, universidades, centros de investigação e startups.

“A coesão social é a área onde temos que ir mais longe”

Foi com esta introdução que Rui Moreira avançou para a explicação da coesão social. Reconhecendo que os desafios são constantes porque há registos de alterações profundas na sociedade, o candidato começou por olhar, novamente, para o cenário que a cidade oferecia a este nível há quatro anos. Com um tecido “muito interessante” herdado em termos de habitação social, neste mandato a equipa de Rui Moreira deu continuidade à obra feita, introduzindo melhorias principalmente a nível da sustentabilidade dos edifícios, com “maior aproveitamento das energias renováveis e tratamento diferenciado do espaço público”.

Hoje, a manutenção deste programa, reconhece Rui Moreira, tornou-se mais difícil. Isto porque o Estado central alijou responsabilidades naquilo que é seu dever, retirando a sua comparticipação de 50% do investimento em habitação social no município do Porto para 0%, explica. Apesar dos constrangimentos, para o candidato a continuidade do programa é uma prioridade. Nesse sentido, continuará a promover o Fundo de Emergência Social, uma medida por si preconizada em 2013 que já apoiou mais de mil famílias portuenses.

Há também mais que pode ser feito no que diz respeito aos mais velhos, entende Rui Moreira. Numa sociedade envelhecida, prevenir ao máximo a institucionalização é outra das prioridades do candidato para o próximo mandato. Para tanto, propõe a criação de espaços comuns (refeitórios, salas, e até serviços de apoio), dentro do espaço habitacional social, que permitam estabelecer pontos de contacto e de convívio entre os mais velhos, sem comprometer a sua independência.

Ainda no campo da coesão social, Rui Moreira partilhou com os presentes uma nova ideia. Promover o apoio municipal às famílias de acolhimento, mitigando, desta forma, o vasto “calvário” que muitas famílias enfrentam nos processos de adopção. “Não podemos ser uma sociedade victoriana, temos que ser uma sociedade do século XXI”, defende.

“Ainda bem que o governo também quer promover habitação para a classe média”

A sustentabilidade, quarto e novo pilar da candidatura independente, é para Rui Moreira mais do que um tema que se interliga ao ambiente, às energias renováveis e às alterações climáticas.

Para o candidato, há um novo paradigma a despontar: a “sustentabilidade social”. Nesta matéria, como por várias vezes já mencionou, pretende dar particular relevo à promoção da habitação no centro da cidade para a classe média, que por força de uma falha de mercado, não tem conseguido acompanhar o agravamento dos preços do imobiliário. Ideia que, aliás, nos últimos dias foi também preconizada pelo governo. “Já sei que o governo também quer fazer e ainda bem”. Mas avança, dizendo que “nós sabemos exactamente como o vamos fazer”, explicando que a estratégia passa por envolver o sector privado.

Acima de tudo, preocupa Rui Moreira que “a cidade volte a centrifugar os seus habitantes”, como o fez há 15 anos. Agora, que “o Porto está atraente” há novos desafios que enfrenta. Cabe, neste aspecto, ao município velar para que todas as condições, nomeadamente a nível de equipamentos públicos, como escolas e redes de transportes, sejam de elevada qualidade, para fixar novos habitantes, remata.

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