9 Março, 2018

Uma nova forma de fazer cidade nasce com a requalificação do Rosa Mota

Está em curso a obra de requalificação do Pavilhão Rosa Mota e foi sobre o ela que se falou no primeiro jantar temático da Associação Cívica – Porto, o Nosso Partido. De Pedro Baganha ficamos a saber pormenores técnicos que vão revolucionar o interior do equipamento, adaptando-o a diferentes usos. De Rui Moreira conhecemos toda a história por detrás de uma decisão que trará não só nova vida ao Rosa Mota e aos jardins do Palácio de Cristal, mas que também ousará novas formas de fazer cidade.

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É um projecto muito mais ambicioso para a cidade do que à partida pode parecer. A requalificação e a modernização do Pavilhão Rosa Mota já decorre e o prazo previsto para a sua conclusão é Maio de 2019. A obra, esperada há cerca de duas décadas pelos portuenses, ficará finalizada no início do segundo mandato de Rui Moreira, após seis anos na presidência da Câmara do Porto.

O investimento, de cerca de 8,5 milhões de euros, é assegurado integralmente por privados, sem qualquer encargo financeiro e investimento inicial para o Município, que receberá ainda “cerca de 360 mil euros por ano” pela sua concessão. E, ao fim de 20 anos, após uma receita que ficará próxima dos 7,2 milhões de euros, o equipamento volta a ser “integralmente” da Câmara do Porto, informou Rui Moreira aos associados e convidados do Porto, o Nosso Movimento presentes no primeiro jantar temático, realizado no restaurante da Fundação Cupertino de Miranda.

Mas antes da intervenção do presidente da Câmara do Porto, coube a Pedro Baganha, vereador do Pelouro do Urbanismo, apresentar aquela que considera ser “uma obra fundamental para a afirmação da cidade do Porto”. Do “modelo particularmente virtuoso” sublinhou a concertação de vontades que, desde o início, possibilitou que se acrescentasse valor ao equipamento, sem nunca colocar em causa o seu valor patrimonial.

O objectivo da intervenção é dotar o Pavilhão Rosa Mota das condições necessárias para que se possa adaptar a um diversificado número de actividades programáticas, que tanto poderão ser organizadas por instituições públicas como por privadas: espectáculos, concertos, eventos desportivos, feiras, exposições e até congressos.Para tanto, o caderno de encargos já previa, adiantou Pedro Baganha, que aspectos como “a segurança, a racionalização de recursos, o fluxo simplificado de circuitos, a versatilidade da utilização do espaço, o conforto térmico e a qualidade acústica” integrassem o projecto de requalificação e modernização.

Neste contexto, a grande “revolução” acontecerá no interior do Pavilhão Rosa Mota, não ficando comprometida a sua icónica imagem exterior. “No final esta obra vai parecer muito simples, mas é dotada de grande complexidade”, observou o vereador, adiantado ainda que a flexibilidade da infraestrutura base vai permitir alterar o layout do espaço, com bancadas retrácteis que poderão dar origem a diferentes lotações, mediante o tipo de evento que se pretenda realizar (a lotação máxima será de cerca de 9500 lugares).

Para Pedro Baganha, havia, de facto, “uma clara necessidade de reabilitação estrutural do imóvel”, considerando que “o betão tem vida útil” e data da sua construção, tal como hoje o conhecemos, data de 1952. Por isso, não tem dúvidas: “este projecto vai colmatar uma grande falha na oferta de equipamentos desta natureza na cidade”.

Paralelamente, acrescentou, a Câmara do Porto está a apostar na requalificação dos jardins do Palácio de Cristal, num investimento municipal próximo dos 1,3 milhões de euros. A Avenida das Tílias está completamente recuperada e o próximo espaço exterior a ser intervencionado é o Jardim Emil David, localizado na entrada principal dos jardins do Palácio.  

MEIOS SUAVES VÃO REVOLUCIONAR A LIGAÇÃO ENTRE A COTA ALTA E A COTA BAIXA DA CIDADE

A requalificação do Pavilhão Rosa Mota, os jardins do Palácio de Cristal e toda a sua envolvente inserem-se num plano urbanístico maior que está a ser meticulosamente gizado pela Câmara do Porto, revelou Rui Moreira.

O eterno “Palácio de Cristal” é uma das “principais rótulas da cidade” pela sua localização fronteiriça entre a parte ocidental e o centro do Porto. Também por isso, revela grande potencial para a construção de novas acessibilidades que vão permitir interligar a cota alta à zona ribeirinha da cidade. Num futuro não muito longínquo, será possível a qualquer cidadão deslocar-se de metro até à Praça da Galiza, entrar nos jardins do Palácio, seguir pela Avenida das Tílias e, “em menos de nada”, estar em Miragaia junto ao rio Douro. Tudo graças à instalação de meios suaves, que farão a ligação entre os jardins, a Rua da Restauração e a Alfândega do Porto.

Trata-se de “uma rótula a três dimensões”, afirmou o presidente da Câmara do Porto, que reforçou a importância deste projecto para a parte ocidental da cidade, lembrando outros de igual relevo para as zonas centro (Mercado do Bolhão) e zona oriental (Matadouro Industrial e Terminal Intermodal).

É este “fazer cidade” que faz parte do ADN do cidadão portuense. O mesmo que, em meados do século XIX, ousou construir um Palácio de Cristal, que Ramalho Ortigão, à época, até criticou, lembrou Rui Moreira. A mesma cidade que, cerca de um século depois, em 1951, decidiu que o Palácio teria de ser demolido, dando lugar, no ano seguinte, ao Pavilhão dos Desportos, hoje Pavilhão Rosa Mota. E aquela que ainda discute a obra da Avenida dos Aliados.

Um equipamento que foi apenas “recauchutado” no mandato de Fernando Gomes e, malgrado as tentativas do seu antecessor na Câmara do Porto, com um projecto que alargava a área de implantação do Pavilhão, mas que não foi bem aceite, nunca mais foi alvo de intervenção.

“A MATURIDADE DA CIDADE PERMITIU SUSCITAR O INTERESSE PRIVADO PARA UM PROJECTO QUE BENEFICIA TAMBÉM O INTERESSE PÚBLICO”

Hoje, explicou Rui Moreira, foi possível desafiar o mercado e procurar que o sector privado se associasse ao projecto. A condução do dossier, iniciada no anterior mandato, chegou a “bom porto” em 2017 após um concurso público em que várias entidades privadas suscitaram o interesse de ficar com a concessão do imóvel, assumindo também o encargo da sua requalificação e, ainda, o pagamento de uma renda mensal à autarquia.

Tal foi possível, considerou Rui Moreira, “graças à maturidade alcançada pela cidade do Porto”, cujo retorno económico positivo atrai o investimento privado. Esta é a “prova de que a cidade acredita no seu futuro”, concluiu.

Cumpriu-se assim o primeiro jantar temático da Associação Cívica – Porto, o Nosso Movimento. Para Rui Moreira este é um “movimento em movimento” que se tem afirmado entre a sociedade civil e que continuará a crescer enquanto “projecto de cidadania aberto a todos”.

Francisco Ramos, presidente da direcção, anunciou que a segunda reunião com vereadores – dirigida a associados mas também aberta a todos os cidadãos que manifestem interesse nas temáticas abordadas – realiza-se a 22 de Março. Nesta próxima actividade, o protagonista será Ricardo Valente, vereador responsável pelo Pelouro da Economia, Turismo e Comércio e pelo Pelouro da Gestão de Fundos Comunitários.

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