Porto, 11 set (Lusa) – O empresário Rui Moreira, de 61 anos, foi o primeiro independente eleito presidente da Câmara do Porto e recandidata-se a um segundo mandato, novamente com o apoio do CDS, mas sem o do PS, que teve até maio.
Eleito com 39,25% dos votos em 2013, o autarca, que assegurou a governabilidade da cidade através de um acordo pós-eleitoral com os socialistas, é descrito por Azeredo Lopes, seu ex-chefe de gabinete e atual ministro da Defesa, como tendo “uma capacidade estratégica muito rara”, fruto de “um pensamento estruturado para a cidade”.
Filipe Araújo, vereador do Ambiente e número dois da atual candidatura, descreve Moreira como um diplomata, com uma “forte capacidade de negociação” e um “perfil cosmopolita”, ao passo que Miguel Pereira Leite, presidente da Assembleia Municipal (AM) do Porto, o declara um “embaixador da cidade”.
“Rui Moreira tem duas características que considero cruciais: Adora a cidade e conhece-a como poucos”, sublinha Azeredo Lopes, em declarações à Lusa.
“Já vi muitas declarações de amor, mas vi poucas vezes esta perceção real da cidade. Ele tem um gosto muito grande no que está a fazer”, descreve o ministro, elogiando a “relação de proximidade, responsabilidade e lealdade” estabelecida com os munícipes.
Para o governante, Moreira tem ainda uma conceção de cidade e “profundamente humanista”, olhando “para a coesão social e para a cultura”.
Azeredo Lopes assinala também a “capacidade rara” do candidato para “escolher bem equipas”.
“Não olha para cartões ou para afinidades, mas para as características das pessoas. Tem a capacidade de unir em torno de um projeto de cidade”, destaca.
Miguel Pereira Leite, presidente da AM do Porto e recandidato ao cargo, considera que Moreira “tem uma grande experiência profissional e um conhecimento muito abrangente no campo cultural, económico e social”, fatores decisivos “na projeção internacional” alcançada pelo Porto “nos últimos anos”.
Para Pereira Leite, o independente “causa uma boa impressão junto de investidores, governantes e agentes culturais”, porque “é bem preparado e é conhecido”.
O presidente da AM destaca ainda que Moreira resolveu “muitos problemas antigos”, nomeadamente “diferendos judiciais”, reforçando “a solidez das contas” do município.
Filipe Araújo enaltece o candidato pela “enorme capacidade de absorver conhecimento” e de, “muito rapidamente, entrar em determinado tema, dominando os assuntos”.
“Isso facilita imenso o acompanhamento de proximidade que gosta de fazer à equipa. Mas sabe delegar. Transmite confiança”, assegura.
Araújo aprecia ainda a “facilidade enorme” do independente para “gerir diferentes sensibilidades e posições”, atingindo consensos, bem como “uma adaptação de discursos invejável”.
“Cria empatia com todas as pessoas porque as sabe ouvir”, observa.
O arquiteto Rui Loza, que em 2013 integrou a lista de Moreira e em maio substituiu o socialista Manuel Correia Fernandes no pelouro do Urbanismo, sustenta que o candidato “representa um Porto plural e cosmopolita, independente e livre, abrangente e inclusivo, unido e de caráter suprapartidário”.
Para o também representante da autarquia na Porto Vivo – Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU), Moreira é um exemplo de “rigor nas contas” e tem o mérito de conseguir “que o Porto se faça respeitar”, nomeadamente ao “unir gente de simpatias opostas”.
Rui Moreira nasceu no Porto a 08 de agosto de 1956, frequentou o Colégio Alemão do Porto e o Liceu Nacional Garcia de Orta. Licenciou-se em gestão de empresas em 1978, pela Universidade de Greenwich (Londres, Inglaterra).
Foi presidente da Associação Comercial do Porto e da Porto Vivo – Sociedade de Reabilitação Urbana.
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