Sem conseguir explicar as sucessivas e contraditórias decisões do Governo de António Costa e do Ministro da Saúde, Carlos César preferiu rir durante uma entrevista na RTP3 e repetiu as gargalhadas, pouco depois, na SIC Notícias.
A Associação Cívica Porto, o Nosso Movimento lamenta a condescendência e o paternalismo de alguém que se mudou de Ponta Delgada para o Largo do Rato e já evidencia os mais primários tiques centralistas.
Carlos César pode rir do Porto para tentar fugir às responsabilidades do PS, do Primeiro-Ministro e do Ministro da Saúde, mas não pode iludir que foi o Governo quem nomeou, em Conselho de Ministros, uma comissão de 27 especialistas que decidiram que o instituto ficaria melhor no Porto.
Ao desculpar-se com a “complexidade” da transferência, este alto responsável socialista sentencia um dos pilares do programa de Governo do PS, a descentralização, que nunca mais poderá ser feita, nem a propósito do Infarmed nem de coisa nenhuma. Mas ao rir-se, Carlos César insulta a cidade do Porto.
A sucessão de declarações sobre esta matéria, o que inclui as que António Costa proferiu no Parlamento, garantindo cinco vezes que o Infarmed viria para o Porto a 1 de Setembro de 2019, obrigam o Primeiro-Ministro a tomar uma posição pública e a dar a cara pela decisão do Governo que, até hoje, nada disse à Câmara do Porto. Se não o fizer estará a perder por completo o respeito que os portuenses sempre lhe tiveram.