Aparentemente, para o vereador Álvaro Almeida, “uma redução pequena da tarifa não é uma redução” e “para uma empresa monopolista é fácil apresentar bons resultados”.
Sobre a primeira afirmação, convido-o a revisitar as variações de tarifa entre 2001 e 2013, em que, por razões que certamente terão existido, o preço da água aumentou consecutivamente naquele que foi um agravamento global de quase 30% contra os nossos munícipes, tendo apenas reduzido 1% no derradeiro ano (coincidentemente um ano de eleições).
Sobre a segunda afirmação, gostava que nos explicasse a razão de tantas entidades gestoras de água no país, que operam no mesmo regime monopolista, não conseguirem sequer cobrir os seus custos, tal a “facilidade” da arte de gerir a água. Ao mesmo tempo, gostava que nos explicasse como é tão “fácil” que a mesma empresa, com sensivelmente os mesmos colaboradores, os mesmos clientes, e as mesmas tarifas, consiga duplicar os seus resultados entre 2013 e 2015, figurando agora no topo das empresas públicas locais com melhores resultados líquidos no país.
Tenho pena que a politica se tenha tornado num poço de demagogia de bolso, que às vezes nos faz pensar se não estamos a mais. Tenho mais pena que seja aceitável falar mal, apenas porque sim, sem qualquer tipo de rigor ou conhecimento de causa. Mas sobretudo tenho muita pena de assistir ao denegrir do trabalho e esforço dos colaboradores da Águas do Porto, por alguém cujo maior propósito deveria ser servir a cidade e reconhecer o que nela se faz.
Frederico Fernandes
(Presidente do Conselho de Administração da Águas do Porto, EM)