25 Junho, 2021

“O mais importante da nossa obra é olhar para as pessoas”

Rui Moreira deu a sua primeira entrevista ao Porto Canal, enquanto candidato à Câmara Municipal do Porto, nesta quinta-feira à noite. A conclusão de obras que a pandemia atrasou (como a do Mercado do Bolhão), e o foco na melhoria da qualidade de vida dos portuenses foram as principais razões por si apontadas para a recandidatura. Fiel à sua visão de cidade, garante que medidas como o título de transporte gratuito para jovens entre os 13 e os 18 anos, o apoio ao pagamento da renda através do Porto Solidário, a baixa tarifa da água e a reduzida taxa do IMI são para manter. Habitação e mobilidade impõem desafios acrescidos para os quais tem estratégias concretas, que permitam reduzir os preços da habitação, por um lado, e qualifiquem o transporte público, por outro.

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Há oito anos, o Porto votou num projeto independente pela primeira vez. Há quatro, reforçou a confiança nesse mesmo projeto, que colocou a cultura, a coesão social, o desenvolvimento económico e a sustentabilidade no centro orientador das decisões. Agora, é o momento de avaliar o que foi feito e revalidar a confiança numa equipa que cumpriu aquilo a que se propôs, defendeu ontem à noite Rui Moreira, na entrevista conduzida por Tiago Girão, diretor de informação do Porto Canal.

“Vejamos o que disse há oito anos atrás. Na altura, disse que não iria prometer obras faraónicas”, afirmou. “Disse que iria fazer uma cidade melhor para os portuenses. Queria uma cidade com mais cultura, com maior coesão social, queria uma cidade que aproveitasse as boas contas que herdei para, de alguma maneira, as redistribuir aos portuenses. Também disse que havia um conjunto de problemas que queria ver solucionados”.

Um deles foi pôr termo ao avançado estado de degradação do Pavilhão Rosa Mota. “Apresentei a minha candidatura no Pavilhão Rosa Mota. Eu recordo que, relativamente a essa matéria, há anos e anos que a Câmara Municipal do Porto tentava resolver o problema com múltiplos projetos que pagou e não concretizou. Dizia que não tinha dinheiro para o fazer”, declarou Rui Moreira, lembrando que, ainda recentemente, o requalificado Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota recebeu a Cimeira Social da União Europeia. “Ainda por cima, o concessionário paga renda à Câmara do Porto”, sublinhou.

O Mercado do Bolhão também entra na equação. “Estava há 40 anos pendurado”, e a obra só ainda não foi concluída porque a pandemia alterou os planos, explicou o candidato independente, dando a garantia de que o Bolhão continuará a ser um mercado municipal.

Também o Terminal Intermodal de Campanhã, que tinha sido prometido pelo seu antecessor em 2013, “está praticamente concluído”. Assim como o Cinema Batalha, que depois de anos de abandono total, “estará concluído até ao final do ano”.

Além da obra visível, há mais obra que, para Rui Moreira, é tão ou mais importante do que a obra edificada. “O mais importante da nossa obra é olhar para as pessoas”. Neste âmbito, mencionou o programa Porto Solidário, que suporta parte do pagamento das rendas da casa “a mais de mil famílias” que estejam a atravessar dificuldades financeiras, o “passe gratuito para as crianças e jovens entre os 13 e os 18 anos”, entre outras, como a manutenção do preço da água ou redução do IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis), que está entre os mais baixos do país.

Tudo isto aliado numa forte aposta na cultura e no desporto. “Uma cidade que tem ao mesmo tempo de ser interessante e confortável”. Sem “obras faraónicas”, mas com o sentimento de dever cumprido. “Estou a fazer aquilo que prometi; não faço aquilo que não prometi”.

Na entrevista ao Porto Canal, Rui Moreira salientou ainda que a obra de reconversão do antigo Matadouro Industrial de Campanhã será a pedra de toque para o desenvolvimento sustentado da zona oriental do Porto, à semelhança do que aconteceu com a zona da Expo, em Lisboa. Porém, com uma diferença: “Os portugueses todos pagaram a Expo. No caso do Matadouro, não vai custar nada aos munícipes. É através da indução de investimento privado e de algum investimento público que faremos noutras zonas”.

A intermunicipalização da STCP foi outra das conquistas alcançadas nos últimos anos. “Lembro que os STCP, quando cá cheguei, estavam para ser vendidos para reduzir a sua atividade. O que fizemos foi ficar com a STCP”. Esta gestão permite à cidade investir no transporte público qualificado e, por conseguinte, contribuir para a descarbonização.

Incontornável também foi o tema da habitação. O Município do Porto é o concelho do país com mais habitação social disponível, correspondendo a cerca de 13% do seu edificado. Sem descurar o contínuo trabalho de manutenção e reabilitação dos bairros sociais, o candidato independente defende que hoje “as políticas públicas de habitação têm de ser diferentes”, e que vamos de ter casas da Câmara Municipal já não em habitação social, mas a renda acessível.

Neste particular, realçou o acordo de cooperação que o município estabeleceu com o IHRU – Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, em novembro do ano passado, atualmente em desenvolvimento, e que irá aliviar o preço da habitação através de mecanismos públicos. “Prevê resolver o problema de 1.740 famílias, o que corresponde a 3.800 pessoas, com um investimento global de 56 milhões de euros”.

E se de famílias se falou, também se abordaram medidas que têm contribuído para a sua prosperidade. Fruto de uma estratégia que também vincula os agentes económicos e que promove a atração de investimento estrangeiro, com a instalação de empresas de base tecnológica como a Natixis, Rui Moreira adiantou que, só nos últimos anos, foi possível criar 15 mil empregos no Porto.

“Se a Câmara do Porto fosse socialista já estava resolvido”

No início da conversa, um tema da atualidade em cima da mesa. Rui Moreira teceu críticas à forma como, atualmente, os centros de vacinação estão organizados na cidade do Porto. Houve duas escolas cedidas pela Câmara Municipal que foram encerradas pela ARS-Norte, o que tem provocado longas filas e horas de espera no novo centro de vacinação instalado no Regimento de Transmissões do Exército.

Sobre esta matéria, Rui Moreira disse não entender porque é que o centro de vacinação drive-thru, operacionalizado pela Câmara do Porto e pelo Hospital de São João no Queimódromo, que está pronto a funcionar desde o início do ano, não é aproveitado pelas autoridades de saúde.

“A verdade é que, até agora, a task force não considera a nossa proposta. Aquilo que preferiu foi fechar as escolas que tínhamos disponibilizado, a de António Aroso e a Escola do Sol, e concentrar isto no quartel de transmissões, que, a meu ver, não tem o mínimo de condições”, até porque a aproximação é feita pela Circunvalação, o que já motivou a autarquia a destacar para o local meios da proteção civil, bombeiros e polícia municipal.

“Se tivesse sido em Lisboa, o nosso centro de vacinação já estava a funcionar. Mas direi mais: se a Câmara Municipal do Porto fosse socialista, também já estava a funcionar”, declarou Rui Moreira.

“O Porto é para os portuenses e gosta de receber bem”

A entrevista abordou ainda a relação da cidade com o turismo. Rui Moreira vincou que “as políticas do Porto não são feitas para o turismo”, que não defende a monocultura do turismo, mas também analisou o que tem sido a cidade sem turistas.

“Será que podemos viver como vivemos no último ano?”, questionou. “Acho que, por acaso, os portuenses pretendem continuar a ter os seus negócios e poder abrir as suas portas de manhã”, atendendo todo o tipo de clientes, independentemente da sua origem, referiu. Até porque, considera, os cerca de 230 mil habitantes da cidade, “dificilmente são capazes de abastecer a máquina económica criada no Porto”.

“O que tenho visto é que o turismo tem criado um conjunto de empregos, desde o condutor do táxi, à pessoa que tem uma lavandaria, à pessoa que tem um pequeno café, um pequeno restaurante, à pessoa que tem uma pequena loja, à vendedora do Bolhão… Essas pessoas têm sido capazes de ser potenciadas através do turismo”, concluiu Rui Moreira.

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