“A Casa de São Roque assume-se, desde a sua recuperação, como uma casa do Porto para o Porto e para o Mundo”, diz convictamente Pedro Álvares Ribeiro, Presidente do Centro de Arte Contemporânea. Depois de ter estado em ruínas vários anos, o esforço deste mecenas privado, com o apoio do Município, devolveu à cidade aquela que é uma das suas joias mais preciosas.
Hoje, a Casa de São Roque transformou-se num centro de arte contemporânea e disponibiliza a todos os visitantes uma oferta eclética: história, arquitetura, concertos de música clássica, sessões de poesia e arte. Um conjunto único, inserido nos magníficos jardins do Parque de São Roque, que os dirigentes da associação cívica Porto, o Nosso Movimento tiveram oportunidade de percorrer.
“A aposta nesta parceria público-privada, em prol da cidade, é um bom exemplo daquilo que tem sido a estratégia virtuosa para o Porto. Em cinco anos, com projetos como a Casa de São Roque, a zona Oriental alterou-se radicalmente. Conseguimos modificar um certo sentimento de insegurança que se vivia há uns anos. Hoje, são muitas as famílias que escolhem este espaço para passar um sábado ou um domingo e é também uma das opções que mais encantam os turistas que nos visitam”, explica Filipe Araújo, Presidente do Porto, o Nosso Movimento. Saliente-se que o espaço foi distinguido em 2021 com o prémio João Almada, para o melhor exemplo de reabilitação de património arquitetónico do Porto.
Recorde-se que a história da Casa São Roque (antiga Casa Ramos Pinto) remonta a 1759, altura em que, fazendo parte da Quinta da Lameira, funcionou como mansão e pavilhão de caça, como era típico na burguesia e nas famílias nobres do Porto. Atualmente, para além da oferta cultural já referida, a casa disponibiliza aos visitantes salas únicas, preenchidas por obras de arte, e onde cada recanto é uma preciosidade artística. “Veja-se por exemplo o Jardim de Inverno, construído com azulejos belgas e ferro português, com uma vista panorâmica total para os jardins da casa”, lembra Pedro Álvares Ribeiro.
Aliás, o enorme parque verde que rodeia a Casa de São Roque é também um dos grandes destaques do espaço. Ali encontram-se vários espécimes arbóreos centenários e aquela que é, provavelmente, a maior magnólia do Porto. O jardim acolhe ainda dezenas de camélias, um dos ex-libris da cidade. Reconhecendo a riqueza deste património vegetal, o Município escolheu, desde há alguns anos, os jardins da Casa de São Roque para o arranque da Semana das Camélias, iniciativa que se realiza anualmente durante o mês de março. Filipe Araújo aproveita para salientar “o cuidado que os serviços municipais colocam na manutenção de todos os espaços verdes da cidade, tanto nos parques públicos como nos parques infantis. É este cuidado com os detalhes que faz toda a diferença”.
“A Casa de São Roque é uma verdadeira obra de arte global localizada na zona Oriental do Porto, com 265 anos de história. Temos aqui um enorme potencial de crescimento, fruto de apostas que fomos fazendo e que queremos continuar a fazer, como é caso do Matadouro. As cidades constroem-se de parcerias virtuosas como esta”, conclui o dirigente.