O Coliseu do Porto é uma marca incontornável na cidade, na região e até mesmo no país, que habita um espaço com capacidade para 4000 pessoas, sem cadeiras na plateia, ou 3000 lugares sentados. “É a única sala do país, a par do S. Carlos, que consegue acolher, por exemplo, óperas de grande porte. Fazemos aquilo que ninguém tem capacidade para fazer, sempre tendo em vista o que é o interesse público”, afirma Miguel Guedes, desde 2023 Presidente da direção da Associação Amigos do Coliseu do Porto, entidade gestora do Coliseu Porto Ageas.
No último ano e meio, a nova direção concretizou feitos incontestáveis. Deu início e concluiu a reabilitação do telhado e olhou para as condições dos colaboradores. Desenvolveu novas dinâmicas, aproximando-se do público e dos portuenses.
O trabalho do Município do Porto, no seio da Área Metropolitana, foi fulcral para a solução que levou à recente reabilitação do telhado da sala de espetáculos. “Com o apoio da Câmara e outros parceiros, como a Associação Comercial, conseguimos realizar uma obra imprescindível para que hoje possamos estar aqui. O empenho pessoal dos nossos autarcas, como o Filipe Araújo, tem sido fundamental para podermos alcançar os nossos objetivos”, lembra o diretor do espaço cultural. Entretanto, outros passos foram dados, como a criação de um inédito Serviço Educativo, que tem levado o Coliseu aos professores, aos jovens e às escolas. Mas também a aposta em espetáculos diferentes e inovadores.
“O mais notável é percebermos que hoje podemos ter o Batalha, o Rivoli e o Coliseu com bons espetáculos ao mesmo tempo e, ainda assim, esgotados. Nunca é demais enfatizar esta dinâmica que a cidade conseguiu criar e a capacidade de atrair outros públicos e residentes em outros concelhos”, constata Filipe Araújo, líder do Porto, o Nosso Movimento.
Para o futuro, os desafios são muitos. O Coliseu quer dar o salto e elevar a fasquia, mas, para isso, necessita que a Cidade se una para refletir sobre este espaço cultural incontornável do país. Com os olhos postos no futuro, e os pés bem assentes, a direção está a estudar novas dinâmicas que têm como base a reabilitação total do edifício, mas também a criação e adaptação de novos espaços que possam atrair públicos diferentes. “Agora a prioridade é concretizar as obras estruturantes que faltam, nomeadamente a torre, a fachada e o interior da sala. Trataremos primeiro da envolvente e, nos meses de menor ocupação avançaremos, para o interior. Queremos criar um espaço adaptável, com 600 lugares para espetáculos mais pequenos, concertos intimistas e eventos corporativos”, adianta Miguel Guedes.
Hoje, o Coliseu faz parte de uma área onde existem múltiplas instituições culturais que podem e devem trabalhar em rede. “São 20 ou 30 instituições – municipais, nacionais e privadas – que podem ser a base de um verdadeiro bairro cultural, que fomente e potencie o turismo cultural do Porto”, assegura Miguel Guedes.
Para Filipe Araújo, “o Coliseu do Porto é um espaço icónico da cidade e que diz muito a tantas e tantas gerações de portuenses. Nos últimos anos, conseguiu ampliar a sua atividade e chegar a novos públicos, mas tem enormes desafios pela frente. Necessita de mais intervenções estruturantes, nas quais, quer a cidade, quer a região, têm de se envolver. Há quase 30 anos a cidade uniu-se para salvar o Coliseu. Precisamos de o voltar a fazer e afirmar, como há 3 décadas: O Coliseu é nosso”.