O “sistema está irracional”, considera o Professor Álvaro Costa, para quem a lógica da aplicação das portagens nas vias de acesso à cidade do Porto (sejam elas a A28 ou a A41, por exemplo) está completamente errada. “Basicamente, estamos a pagar nos sítios onde há menos tráfego”, refere o investigador e docente da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Admitindo que um dos principais problemas reside em portajar as circulares, quando o mais sensato seria fazê-lo nas radiais, o Professor adverte que este modelo está a destruir valor em termos sociais.
“Os condutores, para fugirem à portagem, perdem mais tempo no seu trajecto, gastam mais gasolina, poluem mais, o que cria impacto negativo termos saúde pública”, explica o Professor Álvaro Costa, que acrescentou que o argumento utilizado pelo governo, em 2010, para portajar as ex-SCUTS não podia estar mais errado. Isto porque, na sua opinião, teoricamente a lógica do “utilizador-pagador” até pode fazer sentido, mas, na prática, salienta, “conduz a graves problemas de gestão viária”.
VCI é espinha dorsal do trânsito na cidade do Porto, diz Rui Moreira
O problema da taxação está na sua localização, defende o Professor, para quem as “portagens devem ser colocadas onde criem valor”, o que não está, evidentemente, a acontecer. Segundo o docente, falhou a análise técnica há sete anos, mas não se pode perpectuar o erro por muito mais tempo, sob pena de graves prejuízos para o trânsito na cidade do Porto e arredores.
Para Rui Moreira, candidato à Câmara Municipal, o alívio do trânsito na VCI está dependente da boa vontade do Estado central, tomando a decisão de pôr fim às portagens nas circulares. Como “espinha dorsal do trânsito na cidade” que é, a VCI necessita desviar os cerca de 200 mil veículos que a utilizam diariamente apenas para atravessamento, conclui.