As indústrias culturais e criativas têm, paulatinamente, chegado à zona oriental da cidade como o apoio de Rui Moreira. O mais recente exemplo é a Plataforma de Campanhã, um projecto musical que se vai instalar num armazém, abandonado há mais de dez anos, a cerca de 200 metros da estação de comboios. Nova casa para os estúdios da produtora portuense Arda, o espaço ocupa uma área de cerca de 700 metros quadrados e vai albergar ainda a Fonoteca Municipal.
O acervo, que reúne cerca de 40 mil discos de vinil, corresponde a espólio da Rádio Renascença e da RDP Norte que nunca tinha sido exposto de forma organizada e catalogada, até à decisão tomada por Rui Moreira. Agora, através de uma parceria com investidores privados, que assumem toda a reabilitação do antigo armazém, a autarquia terá finalmente um espaço onde poderá apresentar o acervo junto do público.
“ESTAMOS A APOSTAR EM NOVAS CENTRALIDADES PARA QUE O PORTO TODO SEJA UMA SÓ CENTRALIDADE”
Para Rui Moreira, “o mercado está a corresponder e a aportar actividades empreendedoras e de cultura” para Campanhã. Facilitar este processo através de “uma política determinada de reduções fiscais” e estendê-lo a outros domínios, como o apoio municipal ao nível do saneamento e da iluminação, tem sido o caminho adoptado.
O equilíbrio do tabuleiro da cidade do Porto passa também por Campanhã, acrescentou Rui Moreira. “Já não há recuos” para a construção do Terminal Intermodal (obra que avança no início de 2018, após 14 anos de interregno), bem como para o Matadouro (o projecto envolve a criação de espaços culturais, sociais e empresariais). A Foneteca Municipal, que se vai agregar à Plataforma de Campanhã, é mais uma prova da nova centralidade que freguesia mais oriental da cidade está a consolidar.
Proprietário e investidor foram consentâneos em dizer não há dúvidas de que “há interesse na reconversão desta zona”. Admitiu também o investidor da Arda que, a boa rede de transportes públicos e o valor das rendas mais acessíveis do que no centro da cidade, foram preponderantes para a alteração de morada dos estúdios de música.
Mesmo ao lado, um outro armazém em actividade há dois anos. Aí, o negócio é outro, e corresponde ao do restauro de peças de mobiliário e de arte. Num futuro próximo, o objectivo é abrir um showroom ao público.
A acção de rua terminou como acabou: caminhando com boa disposição pelas ruas de Campanhã.