Ontem à tarde, na Avenida de Montevideu, as temperaturas frescas e o vento marítimo não demoveram mais de uma centena de pessoas que quiseram ouvir as propostas de Nuno Ortigão. Acompanhado por Rui Moreira e Miguel Pereira Leite, o candidato independente iniciou a sua intervenção recordando uma frase do mais recente livro de Rui Moreira. “Boa parte dos nossos mal-estares e da nossa pouca racionalidade colectiva provém de que as sociedades democráticas não mantêm boas relações com o futuro”.
Nos últimos quatro anos, a União de Freguesias mais marítima do Porto soube, efectivamente, perspectivar o futuro não tendo medo dele. Como revelou Nuno Ortigão, o saldo de gestão do final do mandato foi de 700 mil euros. “Valor esse que, se formos reeleitos, será destinado ao investimento e à recuperação do nosso património, nomeadamente, do novo Centro Sócio Cultural da Foz, onde funciona o Projecto Sénior “Trajetórias” e o Refood. Mas também na conclusão das obras do Mercado da Foz e na requalificação do edifício da antiga junta da Foz do Douro”.
Contando com uma equipa coesa, que participou em cerca de 120 reuniões de executivo ao longo dos últimos quatro anos, Nuno Ortigão declarou que quer continuar a ser o timoneiro de um barco chamado União de Freguesias. “Sinto o conforto do dever cumprido. Por isso queremos continuar. Porque sei que a dinâmica que criámos será, connosco, irreversível”. A identificação dos novos desafios está feita.
PILARES DO MOVIMENTO INDEPENDENTE NORTEIAM MANIFESTO ELEITORAL PARA A UNIÃO DE FREGUESIAS
No pilar da coesão social, Nuno Ortigão quer investir no “novo Centro Sócio Cultural da Foz, com capacidade para acolher mais valências sociais”. Pretende manter o Fundo de Emergência Social que, neste mandato, teve uma dotação de 30 mil euros, no apoio ao pagamento de rendas, luz, água, medicamentos ou produtos de higiene pessoal. E vai dar continuidade ao apoio às IPSS e Associações de Moradores (nos últimos quatro anos, a União de Freguesias apoiou coletividades, associações de pais e IPSS, num total de 36 instituições, num montante global que ultrapassou os 320 mil euros).
Na cultura, o candidato independente defende a continuidade do Programa Anual de Cultura, Conhecimento e Lazer que, actualmente, desenvolve e apoia cerca de 100 eventos por ano. Defende ainda a criação do Núcleo Museológico do Traje de Papel, e a manutenção das festas populares das três freguesias agregadas, com particular destaque para o Cortejo do Traje de Papel. “O apoio às nossas coletividades, como parte integrante da nossa programação”, também não será esquecido, acrescentou Nuno Ortigão.
Para a economia, o candidato independente impõe como meta “fazer da Cantareira e do Molhe locais de referência turística no mapa da cidade, numa estratégia concertada com a Câmara Municipal”. Na Cantareira identifica ainda como prioridades “preservar e melhorar as condições de trabalho dos pescadores, que correspondem ao único núcleo piscatório do Porto”.
No quarto e último pilar, a sustentabilidade, Nuno Ortigão propõe-se manter as contas à moda do Porto. Continuar a apostar numa freguesia acessível, em articulação com a Câmara Municipal, é outro dos objectivos, no qual se inclui o desenho do Plano de Mobilidade de Aldoar. A promoção da prática do desporto, sobretudo aproveitando as potencialidades das Avenidas Atlânticas; a renovação de jardins, fontes e bebedouros; e o incentivo às boas práticas de civismo e de cidadania complementam as medidas a desenvolver de acordo com o programa eleitoral independente para a União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde.
“OBRIGADO POR ME FAZER VOLTAR A ACREDITAR QUE O EXERCÍCIO DE CARGOS POLÍTICOS PODE E DEVER SER UM MOTIVO DE ORGULHO”
Estas palavras, dirigidas por Nuno Ortigão a Rui Moreira, relevam, antes de mais, que existe uma nova forma de fazer política no país. Em 2013, o Porto deu uma lição ao país e, nos últimos quatro anos, Rui Moreira provou ao que vinha. “Servindo e ajudando os outros, tornamo-nos livres”.
Também Miguel Pereira Leite recebeu o agradecimento de Nuno Ortigão. “Quero felicitá-lo pela forma elegante, cordial e democrática como sempre conduziu as Assembleias Municipais. A casa da democracia da nossa cidade”.