A cidade está a mudar e está a mudar para melhor. Quando convoca artistas e os põe a pensar que tipo de intervenção faz sentido executar na lateral de um prédio ou numa simples caixa eléctrica. Esta transformação, visível aos olhos de todos, tem a capacidade de falar sem nada dizer.
O Programa de Arte Urbana foi lançado em 2014 por iniciativa da Câmara Municipal e, até ao momento, já se contabilizam cerca de 80 intervenções artísticas, obras duradouras ou de cariz temporário. Na tarde de sábado, foi essencialmente para descobrir as novas obras que compõem um roteiro em permanente actualização que Rui Moreira, candidatos e apoiantes caminharam por diversas artérias do centro do Porto.
Paulo Cunha e Silva, antigo vereador da cultura da Câmara Municipal, dizia: “A minha ideia de cidade líquida é que toda a cidade culturalmente é possível, a cultura pode acontecer em todos os lugares, os líquidos insinuam-se e escapam entre os territórios de possibilidade, ocupam tudo, como se uma cheia invadisse a cidade. Como na cidade há várias correntes de direcção diferente, quando duas se encontram nessa zona cria-se um turbilhão, um vórtice, e as partículas que estão em suspensão precipitam–se. É o acontecimento, o evento. O evento é a cultura, são as coisas sólidas.”