17 Setembro, 2021

Conversas à Porto: Coesão e Sustentabilidade – Uma cidade cerzida

Nesta quinta-feira, dia 16 de setembro, decorreu a quinta conversa à Porto, na sede de campanha do Movimento, e a segunda sobre o tema “O Porto-Cidade e o seu Futuro”. Joaquim Azevedo, Alexandra Serra e Paulo Farinha Marques conversaram sobre coesão e sustentabilidade, o que está feito e o que ainda falta fazer.

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A Sede de Campanha de Rui Moreira, na Avenida dos Aliados, voltou-se a encher para mais uma Conversa à Porto, desta vez sob o mote “Coesão e Sustentabilidade – Uma cidade cerzida”, que pode assistir clicando aqui. Para tal, foram convidados Joaquim Azevedo, Professor Catedrático da Universidade Católica Portuguesa, doutorado em Ciências da Educação; Alexandra Serra, professora da FPCEUP, doutorada em Psicologia; e Paulo Farinha Marques, professor na FCUP, doutorado em Arquitetura Paisagista. Os oradores falaram, durante cerca de uma hora e um quarto, sobre o perfil da cidade do Porto, assim como as suas principais conquistas e desafios futuros.

Após um breve introito de Filipe Araújo, candidato à vereação pelo Movimento “Aqui Há Porto”, e atual vice-presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP), Alexandra Serra iniciou a conversa com alguns apontamentos sobre o perfil do Porto no que concerne à sua sustentabilidade demográfica. Segundo a acadêmica, a cidade do Porto continua a ter “diminuição da população jovem, da população ativa e um aumento da população mais velha”, o que coloca “alguns desafios à cidade relativamente a diversos aspetos em termos de crescimento populacional”, sendo que a questão do envelhecimento se torna, assim, num dos “maiores desafios do Porto”.

Mesmo assim, segundo a oradora, “o Município do Porto continua a ser um polo de atração para os estudantes”, assim como para os trabalhadores e para a população estrangeira. Tal deve-se a uma aposta sustentada nesta vertente pela autarquia, que tem desenvolvido “um conjunto de referenciais estratégicos”, os quais pretendem promover uma lógica de dinamização e retenção de população, criando uma cidade que consegue “envolver a comunidade” e “envolver as entidades”.

Os desafios de futuro passarão, no entanto, pela atenção aos novos perfis familiares presentes não só no resto de Portugal, como no Porto. Com efeito, as famílias estão a ficar mais pequenas, por vezes sendo monoparentais, ou mesmo sem filhos, “o que obrigatoriamente nos faz pensar num conjunto de preocupações e de medidas de apoio à família – que por sinal existem e bem – mas que são uma preocupação e são de facto um desafio”.

Joaquim Azevedo prosseguiu com a conversa, apresentando alguns dados sobre o perfil do Porto no que concerne à educação. “O Porto, claro, em termos educativos evoluiu muito, tem hoje uma realidade muitíssimo melhor, há muito mais igualdade e oportunidade”, reconheceu o professor, salientando que, no entanto, “o Porto ainda apresenta hoje grandes disparidades” relativamente ao nível de escolaridade da sua população.

Assim, segundo o mesmo, seria necessário uma capacidade mais alargada de as escolas oferecerem o melhor que podem aos seus alunos. “Nenhum cidadão português pode fazer outra coisa na vida que não seja estar numa escola até os 18 anos de idade”. Assim, a escola terá de “lhe dar tudo”, ou seja, terá de lhe dar as melhores condições possíveis de aprendizagem, traduzindo esse “objetivo legal” – o alargamento da educação de qualidade – a todos os estratos e cidadãos.

Por fim, Paulo Farinha Marques abordou a cidade do Porto do ponto de vista urbano e paisagístico. Para o orador, “o Porto é uma cidade extraordinária”, constituindo-se como “um microcosmos”. Tal deve-se à sua imensa história, à sua originalidade e identidade muito própria, e ao seu rico perfil cultural. O Porto localiza-se “num lugar muito especial do mundo”, sendo “uma cidade numa das zonas naturalmente mais extraordinárias de Portugal”, algo que a impactou, assim como às suas gentes, e que continua a ter impacto no seu presente e futuro, como “espaço mediador e espaço gerador de um grande interesse de uma região em que o Porto tem de liderar.”

Elogiou então o trabalho da autarquia neste âmbito, especialmente no que se refere ao planeamento de espaços verdes. Segundo o mesmo, a CMP tem promovido vários contatos com variadas entidades, de forma a “nos ajudar a lidar com todos os problemas provocados pela artificialidade, e ao mesmo tempo a criar um lugar de encontro, de mediação, de apaziguamento e de igualdade”. Tal contribui, no geral, para uma sociedade mais feliz, onde os portuenses se conseguem encontrar e vivenciar aquele espaço em comunhão. Isto porque “são os parques, e os parques de acesso público, e os jardins de acesso público, e as praças de acesso público, e as ruas de acesso público, os lugares onde nós nos encontramos como iguais. Onde somos mais iguais”.

Assim, o município deve continuar o trabalho que tem vindo a fazer, um trabalho que tem consistentemente como objetivo bem conseguido “retomar e (…) inovar coisas antigas com uma roupagem moderna. Como os cuidadores da natureza. Os cuidadores do espaço. Os cuidadores da cidade.”

Como remate da intervenção de Paulo Farinha Marques, Filipe Araújo convidou todos os presentes a conhecerem o projeto do Alameda de Cartes, um projeto da autarquia com uma perspetiva transversal, que “vai desde o urbanismo, à parte social, à parte ambiental” e que “tem toda essa perspetiva que aqui foi transmitida”.

Rui Moreira fez, então, um apontamento sobre a conversa. Começou por discordar de algumas vozes que, comentando sobre o tamanho do Porto, dizem que “com este tamanho nem sequer somos cidade”, como a de José António Barros, mandatário da candidatura do PS ao município. Reforçou então que, diferente do que se pensa, não é fácil mudar a condição social das pessoas, o que leva a que os cidadãos “fiquem desiludidos com a política”, pois esperavam que esta fosse “a aspirina que lhes curava rapidamente aquela dor ou aquele problema”.

Esta dificuldade de compreensão leva ao aparecimento de políticos que “aparecem com uma varinha de condão na mão”, especialmente de quatro em quatro anos, “a dizer que vão fazer essas mudanças muito rapidamente”. As mudanças na democracia são, no entanto, lentas, “discutidas e participadas”, pois dependem de muitos fatores que precisam de tempo para mudar.

Assim, uma forma de assegurar o processo, entre outras, é “usar os recursos que temos”, devolvendo o espaço público à sociedade, melhorando as suas condições de vida. O espaço público era o lugar de comunicação da população, “as salas eram o espaço de visita dessas pessoas”, algo que tem de voltar a existir, promovendo uma forma de convívio para além da família, e criando essa área onde, como disse Paulo Farinha Marques, “nos encontramos como iguais.” Esta é uma das prioridades do Movimento no âmbito da coesão social.

 

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