[Foto retirada do Portal de Notícias Porto. Créditos: Guilherme Costa Oliveira]
A recomendação, apresentada pelo movimento independente, visa também responder à grave situação que continua a verificar-se no Global Media Group, com a iminência de despedimento de mais de 150 profissionais. “Torna-se particularmente incompreensível a intenção de proceder ao despedimento de 40 profissionais do Jornal de Notícias – praticamente metade da sua atual redação”, lê-se no texto final aprovado por maioria na última reunião de Câmara.
Assim, o Executivo portuense lança a discussão e recomenda “à Assembleia da República que seja estendida às instituições de poder local a possibilidade legal de participar em empresas de comunicação social, encontrando os melhores mecanismos de mediação”. O documento realça ainda o facto de que “o Estado português detém e participa em grupos de comunicação social que dão repetidas provas de autonomia e independência editorial perante os poderes instituídos”. Uma situação que poderia perfeitamente ser alargada às instituições de poder local.
Para além da vida dos profissionais em causa, o grupo Rui Moreira: Aqui há Porto lembra que o “Jornal de Notícias continua a assumir uma posição de liderança em vários segmentos do mercado, em contraciclo com a tendência apresentada por outros títulos da imprensa portuguesa. Tudo isto a par do registo financeiro muito sólido que vem apresentando ao longo dos últimos anos”.
Mais do que isso, importa frisar que estão em causa títulos incontornáveis da imprensa portuguesa como o Jornal de Notícias, a TSF ou O Jogo. O seu contributo, e o dos profissionais que ali trabalham, são “absolutamente inestimáveis, não só para a liberdade de imprensa em Portugal, mas também para a afirmação e a defesa da região Norte”. “Esta operação é tão ou mais injustificável, se tivermos também em conta a opção de contratar profissionais para outro título do grupo, em detrimento de um jornal com o impacto público e o lastro histórico para o Norte e para todo o país, como é o Jornal de Notícias”, lê-se ainda na recomendação.
O Executivo da Câmara Municipal do Porto avança assim com a recomendação à Assembleia da República e lança uma discussão necessária, no momento certo. E afirma que se recusa “a assistir impavidamente à destruição de valor de um dos mais antigos jornais portugueses”.