15 Setembro, 2021

Joaquim Urbano pode transformar-se numa “vila urbana” social

O Centro de Acolhimento Temporário Joaquim Urbano funciona no antigo Hospital Joaquim Urbano, localizado na freguesia do Bonfim, e está aberto durante todo o ano, 24 horas por dia. A resposta social, criada pela Câmara Municipal do Porto há quatro anos, destina-se a pessoas em situação de sem-abrigo. Rui Moreira visitou o local na manhã desta quarta-feira, com a equipa de candidatos à vereação e o candidato à Junta de Freguesia do Bonfim, João Aguiar, e partilhou a sua vontade de criar neste espaço uma “vila urbana” social. O projeto resulta de um investimento integralmente assumido pela autarquia e Rui Moreira lembrou que o Estado Central não tem cumprido o seu dever no apoio às pessoas em situação de sem-abrigo, e que também era preciso pensar-se numa resposta em rede, com toda a Área Metropolitana do Porto.

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Orientados pela equipa da direção do Centro de Acolhimento Temporário Joaquim Urbano, candidatos e comunicação social percorreram as instalações e dialogaram com alguns dos utentes.

Durante o alojamento provisório, uma equipa multidisciplinar assegura apoio psicossocial, higiene pessoal e vestuário, cinco refeições diárias (pequeno almoço, almoço, lanche, jantar e ceia), lavandaria, enfermagem, atividades psicopedagógicas e lúdico-recreativas. Além destes serviços, são ainda oferecidas oficinas de formação em carpintaria e em hotelaria.

A resposta social deriva de um protocolo de comodato celebrado há quatro anos, entre a Câmara Municipal do Porto e o Centro Hospitalar do Porto.

“Temos vindo a falar com o Centro Hospitalar [do Porto, proprietário antigo Hospital Joaquim Urbano] que nós gostaríamos de poder ficar com a totalidade deste terreno. Há muita parte que ainda não está ocupada e [gostaríamos de] ter aqui outras respostas fundamentais. Ter aqui, no fundo, se quisessem uma vila urbana em que tivéssemos esse tipo de respostas, [que] podia inclusivamente abranger famílias e os mais velhos”, anunciou Rui Moreira na visita, citado pela Lusa.

Com uma capacidade instalada para 40 pessoas, o Centro de Acolhimento Temporário para pessoas em situação de sem-abrigo (normalmente com problemas associados de toxicodependência, alcoolismo, doença psiquiátrica ou doença infeciosa), acolhe neste momento 33 utentes, uma resposta que, considera Rui Moreira, “devia ser dada pela Segurança Social”.

Além disso, é preciso atacar o problema sob uma perspetiva metropolitana, defendeu o candidato independente.

Em declarações aos jornalistas, o candidato à vereação Fernando Paulo (atual vereador da Habitação e Coesão Social) “indicou que, de acordo com o último levantamento, estão identificados no Porto 520 pessoas em situação de sem-abrigo, 190 das quais a viver na rua”, cita a Lusa. Em 2020, ano de pandemia, “eram 560, das quais 140 a viver na rua”, completou.

Contudo, ainda há quem recuse apoio, avançou o candidato, dizendo que a lei é soberana porque as pessoas não são obrigadas a ingressar nestas respostas sociais, a não ser que seja apresentado um quadro de saúde mental e inaptidão, o que muito dificilmente acontece.

Tudo o que seja facilitar a integração dos utentes é aproveitado. O Centro de Acolhimento Temporário Joaquim Urbano aceita animais de estimação, recebe casais e acompanha pessoas com consumos de adição ativo.

No mesmo local coexiste, desde março de 2020, o Centro de Emergência Covid-19, com capacidade para receber até 20 pessoas. Integrou, até agosto de 2021, 133 utentes, dos quais 103 foram encaminhados para outras respostas mais estruturadas.

Restaurante solidário com investimento de 300/mil euros ano

Nas instalações do Centro de Acolhimento Temporário Joaquim Urbano, por onde já passaram cerca de 365 pessoas, existe ainda, desde 2019, o segundo restaurante solidário da cidade do Porto. É a partir dele que são confecionadas as refeições que chegam aos outros dois restaurantes solidários, um localizado na Batalha e outro próximo à Rua de Passos Manuel.

A Câmara Municipal do Porto, desde 2016, já disponibilizou mais de 170 mil refeições, por ano, em restaurantes solidários de gestão municipal.

A confeção das refeições é assegurada pela SAOM – Serviços de Assistência Organizações de Maria, reconhecida IPSS da cidade, e a distribuição das refeições garantida pelos voluntários da Associação CASA – Centro de Apoio ao Sem-Abrigo, sem esquecer ainda o apoio e acompanhamento dos voluntários do GAS-Porto Grupo de Ação Social do Porto.

Após a visita ao Centro de Acolhimento Temporário Joaquim Urbano, a comitiva visitou ainda a Associação Saber Compreender, próxima à Travessa de Salgueiros, na zona da Lapa. A associação existe desde 2015, enquanto grupo de voluntários de de ativistas pela causa dos Direitos Humanos. Formalmente constituída desde 2017, integra o NIPSA do Porto.

É presidida por uma pessoa que vivenciou uma situação de sem-abrigo nas ruas da cidade do Porto e que sempre sonhou em constituir uma associação que apoiasse estas pessoas e que fosse ao encontro das suas reais necessidades.

 

 

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