No Monte Pedral, uma associação espreita, perto da igreja, colocando os olhos dos mais desfavorecidos de novo virados para o mundo. A associação tem mais de um século de história, mas as instalações não o demonstram. Devido a sucessivas reabilitações e a uma força de vontade dos seus trabalhadores e administradores, dezenas de jovens, crianças e idosos continuam a receber os melhores cuidados de saúde e bem-estar, sendo incluídos na comunidade e fomentada a sua inclusão social.
Rui Moreira visitou hoje a associação, acompanhado pelos candidatos à vereação, sendo recebido por todos com braços abertos. Dentro, uma sala cheia de idosos esperava o candidato, alegrando-se assim que ele entrou, cheia de palmas e sorrisos calorosos. Foram então trocadas palavras carinhosas, algumas confissões aqui e ali, e criado um ambiente de verdadeira confraternização.
Uma senhora de idade colocou conversa com a comitiva. Tinha já algumas feridas na cara, mostrando as marcas da idade, mas a boa-disposição era aparente. Com efeito, confidenciou, teria nascido em 1918, no último ano da Primeira Guerra Mundial, e experienciado um conjunto de acontecimentos ao longo da sua vida. Continuava ali a celebrar o seu aniversário, todos os anos, com os presentes. Mantinha um discurso limpo e afável, cumprimentando toda a gente com um sorriso no rosto e alegria de viver.
A Associação do Monte Pedral tem como propósito o apoio aos idosos, através de centros de convívio, estruturas residenciais, centros de dia e serviços de apoio domiciliário, proporcionando-lhe a qualidade de vida que, em outras situações, não conseguiriam manter. Trata-se de ofertar dignidade a cada ser humano, olhando para ele como um recetáculo de histórias, sentimentos e vivências múltiplas.
Com efeito, o ambiente vivenciado dentro da infraestrutura demonstrava este propósito basilar. Das paredes coloridas, que pintavam o espaço de diversidade e alegria, ao material de ginásio e à cozinha onde, à hora da visita, as auxiliares começavam já o preparo do almoço, o espaço demonstrava aquilo a que a associação se predispunha. Na verdade, a meio da visita, todos os idosos na sala participaram numa aula de ginástica, dada especialmente para eles.
Tal adequação à realidade da cidade e aos seus problemas sociais, apoiando-a na sua resolução destes problemas de forma moderna e inovadora, levaram a que, em 2014, a associação obtivesse o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República Portuguesa, pelas suas capacidades de adaptação, inovação e empreendedorismo sociais.
A associação presta ainda apoio a jovens, através de formação profissional e da disponibilização de meios e espaços de cultura e convívio que os incentivem a entrar no mercado de trabalho, assim como a crianças, desenvolvendo atividades de ensino, creches, jardins de infância e centros de explicações, bem como a partir da promoção de atividades complementares de formação física, familiar e social. O espaço é ainda especializado no apoio a pessoas com deficiência ou incapacidade, fomentando vários programas de promoção da integração social.
A Associação do Monte Pedral localiza-se perto da Constituição e, por isso, também próxima ao antigo quartel do Monte Pedral que, neste mandato, Rui Moreira recuperou para o domínio público municipal, após ter reinvindicado ao Ministério da Defesa a sua devolução. O terreno foi cedido há 100 anos ao Estado Central, mas a sua função militar estava esgotada há mais de uma década.
Efetivamente, o Manifesto Eleitoral de Rui Moreira/Aqui Há Porto prevê uma operação no Monte Pedral, correspondente à transformação da área do antigo Quartel de Serpa Pinto numa nova centralidade, com a construção de novos edifícios de habitação, de serviços e de comércio, a reabilitação do edifício principal do quartel, e a construção de raiz de duas praças e um arruamento entre as ruas da Constituição e Egas Moniz.
A referida operação, que será feita com parcerias privadas, permitirá ainda a edificação de uma residência para estudantes com cerca de 100 camas, a partir de parcerias com a Academia, permitindo assim distribuir a habitação estudantil para além dos polos universitários, contribuindo para o rejuvenescimento de áreas significativas da cidade.
No final da visita, Rui Moreira visitou uma ilha na Rua de Silva Porto, a convite de uma moradora. Na cidade, existem, aproximadamente,1.000 ilhas, sendo este tipo de agrupamento habitacional muito característico da cidade do Porto.
A origem das ilhas remonta ao século XIX, em pleno período da industrialização. Nessa altura, a forma mais fácil e económica de alojar milhares de operários e suas famílias, provenientes dos arredores do Porto e do interior do país, consistiu na construção de pequenas habitações nas traseiras de edifícios que, à face da estrada, escondiam uma área considerável nas suas traseiras, o que até era bastante comum.