Para Francisca Valente, que representou ontem à tarde na sede de campanha independente, uma das principais instituições culturais da cidade – o Teatro Nacional de São João – a cultura “é a alma de uma cidade”. Uma alma que, de acordo com a administradora, o Porto soube estimar, e para o qual o “vigor cultural” de Paulo Cunha e Silva contribuiu, e que, aqueles que lhe seguiram os passos, como Rui Moreira e Guilherme Blanc, “souberam interpretar e continuar”.
Mais do que um catalisador económico e social, “num contexto cultural pouco desenvolvido as pessoas são menos capazes de agir de forma construtiva”, observou Francisca Valente. Parafraseando Jean-Pierre Sarrazac “vou ao teatro ver o mundo”, a oradora valida que os portuenses têm hoje à sua disposição uma oferta cultural diversificada, o que lhes permite observar e pensar a cidade com espírito crítico.
Num passado nada distante, recorda Francisca Valente, a fruição cultural era praticamente inexistente. Agora, está certa de que “a partir do Porto desabrocham os artistas de amanhã”. E que enquanto a imaginação continuar a ser o sublimador “que nos define”, o projecto de cidade cultural manter-se-á vivo. Por isso, disse convicta no final do seu discurso: “Não quero viver noutra cidade”.