[Foto retirada do Portal de Notícias Porto. Créditos: Filipa Brito]
Chegou ao fim o impasse que estava a colocar em causa uma solução de financiamento segura para as obras do Coliseu do Porto. Depois de vários meses de discussão, os municípios da Área Metropolitana do Porto (AMP) acordaram, por unanimidade, a comparticipação das obras de requalificação daquele espaço histórico.
A AMP é sócia da Associação Amigos do Coliseu do Porto, sendo coproprietária do equipamento. Esta situação não sucede com mais nenhum outro equipamento em todos os municípios da área metropolitana e, como tal, seria com naturalidade que assumiria a sua parte na necessária reabilitação do Coliseu.
Aquilo a que assistimos nos últimos meses foi uma total desresponsabilização de um conjunto de municípios face a uma obrigação que a Área Metropolitana tem para com um equipamento que também é seu.
A reunião de hoje do Conselho Metropolitano do Porto serviu para encontrar a solução possível para o impasse, o que se saúda. Presente na reunião, Filipe Araújo, Vice-Presidente da Autarquia e Presidente do Porto, o Nosso Movimento, apontou baterias aos Municípios vizinhos que não se solidarizaram com a comparticipação das obras de reabilitação. “Vejo com muita preocupação a posição de Valongo de não querer contribuir com a obrigação que tem. Ao menos que tenha a coragem de dizer que quer sair da AMP porque espírito metropolitano é algo que Valongo não tem”, disse.
Para registo, a Câmara Municipal do Porto assume a maior fatia da comparticipação – 350.000€. Os Municípios da primeira coroa metropolitana, disponíveis para a comparticipação proporcional – Gondomar, Maia, Matosinhos, Póvoa do Varzim, Santo Tirso, Trofa, Vila do Conde e Vila Nova de Gaia – assumem a comparticipação de 175.000€ cada um. Deste grupo autoexcluiu-se o Município de Valongo, que se junta aos municípios da segunda coroa, indisponíveis para participação proporcional – Arouca, Espinho, Oliveira de Azeméis, Paredes, Santa Maria da Feira, São João da Madeira e Vale de Cambra – que comparticiparão com o valor de 5.000€.
O Coliseu do Porto é um equipamento icónico e um símbolo cultural do país. A sua área de influência supera largamente as fronteiras da cidade do Porto e até as da Área Metropolitana do Porto. Em 1995, a mobilização das forças vivas do Porto impediu aquela que seria uma perda irremediável para a Cultura nacional. Hoje, as ameaças à Cultura são diferentes das da época, mas não deixam de existir.
Que o Porto seja sempre farol em prol da Cultura e que não deixe cair as conquistas que milhares de pessoas fizeram nos últimos anos.