27 Março, 2018

Ricardo Valente presta contas com saldo positivo: Economia, Turismo e Comércio estão a regenerar e a dinamizar a cidade

Nos últimos anos, a cidade do Porto tem atraído um grande volume de investimento externo, em diferentes sectores de negócio. Também no turismo, com margem para crescer, e no comércio tradicional, que soube adaptar-se sem se descaracterizar, os indicadores apontam um futuro auspicioso. Um diagnóstico para o qual – reconhecidamente – o Município tem contribuído enquanto agente facilitador e dinamizador. E foi sobre esta actividade que prestou contas o vereador Ricardo Valente, na reunião de associados promovida pelo Porto, o Nosso Movimento, realizada na BLIP.

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Focando a sua intervenção na tríade Economia, Turismo e Comércio – e deixando para outra oportunidade uma conversa sobre o Pelouro da Gestão dos Fundos Comunitários criado neste mandato autárquico, por tratar-se “de um assunto muito técnico” – o vereador começou por evidenciar, perante uma plateia repleta de associados e cidadãos interessados nos temas em debate, aquilo que a cidade está a fazer pela atracção de investimento

Para Ricardo Valente, o Porto está a “renascer enquanto força económica” há vários anos e, desde 2015, de forma sistemática e sustentada, porque mais monitorizada e acompanhada pelo Município através da Invest Porto, gabinete de atração de investimento criado por Rui Moreira. Só em 2017 o gabinete apoiou 143 projectos (um crescimento 113% face ao ano anterior), tendo sido contactado pela primeira vez por 90 empresas.

Este trabalho, que tem contribuído para fortalecer a capacidade do ecossistema empresarial, beneficia, segundo o economista, de outra importante vantagem: o word of mouth, que acontece “a partir do momento em que se instalam na cidade um conjunto de polos empresariais diversificados”.
Na realidade, um passa-palavra que – podemos admitir – ultrapassa fronteiras, já que os dados estatísticos revelam um “interesse estrangeiro superior ao nacional”.

Ficou ainda identificada outra tendência clara: o Porto está na moda para um grande número de investidores nacionais que voltam a interessar-se pela região Norte. “Muitas empresas saíram do Porto e querem voltar”, declarou o vereador. Nessa medida, nos próximos dois anos, não tem dúvidas de que este cenário se vai materializar.

No campo dos projectos apoiados por sector e área de actividade em 2017, verifica-se que a maior fatia recai nos serviços (82%). Como elucidou Ricardo Valente, esta é também uma área que engloba a indústria 4.0 e os centros tecnológicos e de design. Segue-se a indústria (11%), o comércio (6%) e outros (1%).

Este quadro conduz a uma mudança de paradigma evidente, entende: “quando falamos hoje em projectos de investimento, já não falamos em projectos empresariais. Hoje as empresas trabalham numa lógica diferente, com centros de competências e de especialização”. Como exemplo deu a Natixis, instituição de investimento francesa que, recentemente, inaugurou um centro de excelência no Porto, garantindo emprego qualificado para cerca de 600 pessoas.

Um processo que exigiu muito empenho por parte do Município, dada a concorrência feroz de muitas outras cidades do mundo. “A Natixis tinha 20 opções iniciais. Ficámos na shorlist de três” e, no final, “vencemos a corrida”.

“O Porto tem capacidade para receber investimentos de primeira linha”

Mais de metade dos projectos apoiados pela Invest Porto em 2017 são de âmbito internacional (55%). De acordo com as estatísticas, evidenciam-se a França e Alemanha, “os dois grandes motores da Europa”. Recursos humanos e talento são as principais vantagens competitivas que, inclusive, já granjearam o interesse de farmacêuticas alemãs.

Estados Unidos e Reino Unido são outros mercados com alguma expressão. Entre 24 países distintos, destaca-se ainda o crescente entusiasmo dos investidores israelitas, turcos e canadianos.

Para um processo que se assemelha “a uma maratona”, é compreensível que a colheita dos frutos não seja imediata. Em 2017, foram concretizados 18 novos projectos. Mas, como considera Ricardo Valente, nunca pode ser o trabalho considerado inglório se observado numa perspectiva macro.

Saindo vitoriosa a decisão pela cidade (place), o trabalho da Invest Porto prossegue no apoio que é dado ao investidor na procura da property (espaço dentro da cidade onde a empresa se vai instalar). A partir destas duas variáveis foram criados pelo Município dois programas complementares: o Why Porto? e a Porto Business Location Plataform, plataforma onde é carregada informação detalhada sobre imóveis e terrenos, designadamente: área disponível; tipologia; local na cidade; acessos; nome dos proprietários, entre outros dados.    Só em 2017, foram indicadas 578 propostas de localização para projectos, o que significa mais 162% face ao ano transacto.

Trata-se de um acompanhamento “tailor-made”. No caso da BLIP, local onde se realizou a reunião, Ricardo Valente recordou que “desde o momento da identificação do espaço até à instalação distaram sete meses”, graças à articulação com outros pelouros municipais, nomeadamente com o do urbanismo.

O Porto é a região do país que produz mais talento

Segundo um estudo feito em Junho de 2017, “é do Porto que sai o maior número de talentos do país”. Por isso, há um desafio que se impõe à cidade e ao país: mais do que exportar talento, é preciso retê-lo, considera Ricardo Valente.

Esta questão, mais intangível, presidiu à criação de uma nova plataforma “Porto for Talent”, em Novembro de 2017. Ou, ainda, ao lançamento de um novo programa – o Aftercare – que irá permitir à Invest Porto acompanhar a evolução das empresas com mais relevância estratégica.

Para quem defende que – até ao final deste mandato autárquico, haverá uma empresa do top 20 mundial a querer instalar-se no Porto; o Município foi exímio no dossier preparado, em tempo recorde, para a EMA, superando todas as expectativas de classificação; o Porto saberá muito bem receber o Infarmed – há, ainda, mais caminho a percorrer, especialmente depois de chegar mais um reconhecimento internacional. No ranking da fDi Intelligence Magazine, publicação do Financial Times, o Porto figura entre as 10 cidades europeias de média dimensão mais preparadas para o futuro, na categoria Estratégia IDE.

Estratégia é também o pensamento de ordem dos eleitos do movimento independente para a zona oriental da cidade. O desenvolvimento económico da freguesia de Campanhã passará muito pela capacidade da Câmara do Porto em concretizar projetos estruturantes para este território, como é o caso do Matadouro. Como notou Ricardo Valente, “tivemos um projecto completamente definido pelo Município e que o mercado aceitou”.

Uma obra que corporiza os quatro pilares do manifesto eleitoral independente: cultura, coesão social, economia e sustentabilidade e que pode vir como “prenda de Natal”.

Turismo: sustentar o sucesso

Com o turismo na região Norte a crescer mais do que a média nacional – 15% contra 12% – há vários indicadores que demonstram que o Porto o faz de forma sustentada, defendeu Ricardo Valente. Desde logo, pelo peso dos mercados transatlânticos, com especial relevo para o Brasil e Estados Unidos.

Assim, o destino city-break começa a ser contrabalançado com estadias de longa duração, conduzindo, inevitavelmente, a um “upgrade no perfil do turista”. E acrescentou que ainda há uma boa margem para o turismo crescer: “É mito dizer-se que a cidade recebe um afluxo gigantesco de estrangeiros, até porque, a ocupação média ronda os 60% durante o ano”, com um preço por noite próximo dos 80€ (um valor reduzido se comparado com Lisboa e outras grandes cidades mundiais).

Mas o Município está também atento à “pegada turística”. A 1 de Março entrou em vigor a taxa turística, que servirá para investir na melhoria dos serviços municipais prestados nas áreas da limpeza urbana, mobilidade e habitação. Para quem ainda sustenta que o valor definido no Porto é elevado (dois euros por noite), o vereador clarificou que em Lisboa o montante cobrado é exatamente o mesmo: um euro no aeroporto e um euro no hotel. Além do mais, a receita gerada servirá para financiar o turismo, ao passo que no Porto a lógica que imperou foi exactamente a inversa.

A diversificação dos circuitos turísticos é outro dos objectivos traçados a curto prazo. Algo que contará com o apoio do Observatório do Turismo, que está a ser criado. Divulgar a marca Porto. além-fronteiras pode também ser mais impactante e menos oneroso, se feito via publicidade. Nesta medida, para potenciar e captar o interesse de grandes produções internacionais, foi criada a Porto Film Comission, um organismo municipal tutelado por Ricardo Valente.

Comércio: âncora da identidade da cidade

Criar condições para a manutenção e proliferação do comércio identitário é outro dos objectivos do vereador. Em Julho de 2016 foi criado o Porto de Tradição, um programa municipal que pretende “salvaguardar os estabelecimentos tradicionais, com características únicas na cidade”.

Pioneiro nesta medida, o Município foi depois seguido pelo Governo, que aprovou uma lei semelhante de protecção das lojas históricas para todo o território nacional, em Junho de 2017.

Até ao momento, o Porto de Tradição tem 49 estabelecimentos protegidos e um regulamento aprovado. O regime de protecção é válido por um período de quatro anos, findos os quais os comerciantes têm de fazer prova de que o negócio permanece inalterado, de acordo com os critérios analisados pelo grupo de trabalho. E, mais importante, para Ricardo Valente, o negócio “tem de ser sustentável e ter sucesso”.

Paralelamente, a autarquia continua a promover acções de formação e consultoria dirigidas às lojas tradicionais e, lança, com frequência, concursos para montras, desafiando a criatividade e dando assim outro colorido às ruas mais comerciais do Porto.

Para breve, está previsto o desenvolvimento de uma aplicação que irá “transformar toda a cidade num shopping”. Um projecto inovador, que passará também por ter uma marca associada ao comércio.

No encerramento da sessão, o presidente da Direcção do Porto, o Nosso Movimento, Francisco Ramos, referiu que é “com enorme satisfação que faço o match e verifico a impressionante sintonia entre aquilo que dissemos que íamos fazer [no manifesto eleitoral] e o que estamos a fazer”. Por isso, desafiou os presentes: “Façamos eco daquilo que estamos a fazer e de como cumprimos os nossos compromissos. Nós temos o melhor programa e os melhores protagonistas. Não é uma questão de vaidade”.

Lembrou também Francisco Ramos que a proximidade entre eleitos e eleitores é para continuar. É esse, de resto, o maior propósito da Associação Cívica – Porto, o Nosso Movimento: debater, de forma livre e pluralista, a cidade do Porto.

A próxima actividade será anunciada em breve. Se ainda não é associado, pode preencher aqui a ficha de inscrição.

 

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