Alegria, entusiasmo e centenas de apoiantes na apresentação da candidatura de Rui Moreira, que decorreu ontem ao final da tarde, no Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota. Além da alegria do reencontro, que foi notória, a presença de tantos portuenses reforçou o sentimento de partilha por um projeto que coloca a cidade do Porto em primeiro lugar.
“Como diz Agustina Bessa Luís, ‘o Porto é um sentimento’ e, por isso, é sempre muito fácil a um portuense, e com a espontaneidade e a autenticidade que nos caracteriza, manifestarmos a força, a emoção e muito orgulho de sermos Portuenses. Por isso, é com um enorme sentido de responsabilidade e muito orgulho que hoje me dirijo a todos os Portuenses como candidato à presidência da Câmara Municipal do Porto sob o lema ‘Aqui há Porto’”, declarou Rui Moreira.
Uma alteração que deriva de uma lei que impediu a Associação Cívica “Porto, o Nosso Movimento” de voltar a usar o lema “O Nosso Partido é o Porto”, recordou. “Este caminho incomodou muita gente, principalmente aqueles que (como se diz no Porto) ‘não têm noção’ e continuam a trocar o Porto pelo Terreiro do Paço”, acusou.
Mas o que verdadeiramente importa é o projeto de cidade que norteou estes oito anos de liderança municipal, alicerçado na Coesão Social, na Sustentabilidade (seja ela na sua dimensão económica, social e ambiental), na Cultura, nas “contas à moda do Porto”, e na concretização de obras há várias décadas reclamadas pelos portuenses, assinalou também Rui Moreira na arena do Pavilhão Rosa Mota, local escolhido para a apresentação da candidatura. Recorde-se que, inicialmente, a apresentação estava marcada para o Mercado Ferreira Borges, mas, mediante o grande número de apoiantes inscritos, a “Associação Cívica – Porto, o Nosso Movimento” decidiu mudar de local.
“Aqui há Porto”
Ainda que “O Nosso Partido é o Porto” seja expressão que continuará a fazer parte do ADN da candidatura independente, o novo lema, “Aqui há Porto”, “também representa o trabalho que temos desenvolvido nos últimos oito anos para ajudar a melhorar a vida dos portuenses e das suas Famílias. Como nunca prometemos, nunca construímos obras faraónicas, mas preferimos concentrar as nossas forças para ajudar a vida dos portuenses e para potenciar as qualidades desta cidade que tanto amamos”, referiu Rui Moreira, numa intervenção em que elencou um conjunto de medidas concretas, que possibilitaram, ao longo dos últimos dois mandatos, aumentar o rendimento disponível das famílias.
“Por exemplo, pela primeira vez na história, as crianças e jovens do Porto têm um passe intermodal gratuito o “13-18”. Outro exemplo, adiantou, foi “o contínuo esforço do município em manter a água mais barata da região, assim como a progressiva diminuição do IMI”.
“Conseguimos também resolver problemas e projetos que estavam encalhados há décadas, como foi esta emblemática obra em que nos encontramos aqui hoje, o Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota; mas também o nosso Mercado do Bolhão, ou ainda o crucial Terminal Intermodal de Campanhã. Tudo estaria pronto não fosse a pandemia. Podemos, ainda, juntar o arranque do projeto do Cinema Batalha, do Matadouro, da Biblioteca Pública Municipal pela mão de Eduardo Souto Moura e ainda a nova ponte sobre o Douro”, continuou Rui Moreira, sublinhando que em todos estes projetos há um denominador comum: “as contas à moda do Porto”.
“É preciso não esquecer que em 2019 terminámos o ano com zero de dívida da Câmara Municipal do Porto. Aliás, a agilidade do Porto no combate à pandemia e de que todos foram testemunha, só foi possível porque ‘nós fomos uma formiga e não uma cigarra’”. E é esta atitude, que tem permitido atravessar este “inverno pandémico”, considerou.
Balanço da governação
Num discurso em que atravessou os vários momentos da governação independente do Município do Porto ao longo dos últimos dois mandatos, Rui Moreira defendeu que “a robustez da Economia” da cidade só foi possível graças ao investimento que foi possível atrair.
“Como ainda há semanas a imprensa deu nota, o Porto lidera o Portugal 2020 com o financiamento de 7.131 projetos. Só nos projetos acompanhados pela Direção Municipal do InvestPorto (por que o Porto é a única autarquia que tem um direção dedicada à atracão de investimentos) foram criados 15.500 postos de trabalho em múltiplos e variados sectores de atividade”, afirmou, complementando que o maior investimento privado de sempre foi acompanhado pelo “maior investimento público de toda a história da nossa cidade”.
A Coesão Social foi outro dos temas abordados por Rui Moreira, que destacou os programas criados para promover a “integração das minorias e dos migrantes”. De igual modo, salientou o investimento na requalificação das escolas da rede pública municipal e nos seus recursos humanos.
“Para nós o desporto também é coesão social e o nosso trabalho não se esgota nos equipamentos desportivos”, referiu também o candidato independente, acrescentando que foram aproveitadas as condições para a prática desportiva ao ar livre, o que, por sua vez, permitiu diversificar o conjunto da oferta de atividades físicas e programas de desporto informal na cidade, todos eles de caráter gratuito.
No que diz respeito ao Ambiente, Rui Moreira fez menção ao aumento da área verde de uso público, à conclusão do Parque Oriental, ao desenvolvimento do Parque Central da Asprela, atualmente em curso, mas também à “verdadeira revolução” no setor dos resíduos e na limpeza. “Planeámos e colocámos em marcha uma estratégia ambiciosa que envolveu a criação da empresa municipal Porto Ambiente que passou a gerir esta área e, hoje, já garante que o Porto é uma referência na reciclagem em Portugal, bem como ultrapassou em 2019 todas as metas propostas para 2020”, afirmou.
Na Cultura, a par dos novos espaços públicos culturais e de requalificados outros existentes, Rui Moreira assinalou que “foi dado apoio a espaços privados da cultura como nunca antes aconteceu”. “O apoio público à prática artística não tem precedentes”, reforçou.
“O Porto hoje não confunde entretenimento com Cultura e consegui demonstrar que há Cultura com contas certas, mas – mais importante que esta estreita visão contabilística, demonstramos que a Cultura pode ser o cimento que une toda esta dinâmica que hoje vivemos, gerando emprego, riqueza e desenvolvimento”, sublinhou ainda.
Mesmo em áreas propícias a conflito, como a Mobilidade, Rui Moreira considerou que “o Porto conseguiu ser eficaz na identificação e na resolução dos problemas”, como o demonstram a municipalização dos STCP e a maior oferta, hoje disponível, dos vários modos de transporte na Área Metropolitana do Porto.
Sem esquecer, ainda, “o acordo a que já chegámos com o Governo e com a IP, relativamente às portagens periféricas a Norte” e que Rui Moreira está certo de que “reduzirá a pressão sobre a muito problemática VCI”, referiu. Neste capítulo abordou ainda o estacionamento na cidade, defendendo que a prioridade deve ser dada aos residentes.
Embora não seja esta uma competência municipal, ao longo dos últimos oito anos, a Câmara do Porto investiu nos recursos da Polícia Municipal, procurando deste modo colmatar “os insuficientes meios policiais” disponíveis pela administração central. “Decidimos pois custear na íntegra um modelo de videovigilância que permitirá maximizar os parcos recursos policiais, e continuaremos a exigir medidas que reforcem o combate ao tráfico de droga, que tem um impacto nefasto a todos os níveis. De igual modo, pretendemos alargar o contingente de guardas noturnos, logo que a legislação permita que estes sejam pagos pelo município”, declarou Rui Moreira.
Com o novo Plano Diretor Municipal (PDM) recentemente aprovado, Rui Moreira fez questão de vincar ainda na sua intervenção que acredita que “estão lançadas as bases para concretizarmos o que faltava no nosso projeto de cidade, nomeadamente: duplicar a área verde da cidade; o aumento da habitação acessível, tendo como pano de fundo a recuperação demográfica de uma classe média que há muito teve que sair da cidade; e a promoção da competitividade económica e do emprego, área fundamental para a promoção da coesão social e territorial”.
Matadouro de Campanhã
Sendo a coesão social e territorial do Porto uma prioridade, o olhar a oriente impõe-se, e Rui Moreira sinalizou no seu discurso de candidatura que o projeto capaz de cerzir toda a cidade é o do Matadouro, “que retiramos da lista de património a alienar, e que penou pelos labirintos do Tribunal de Contas”, observou.
“É um projeto que irá criar uma nova centralidade, revitalizando Campanhã e toda zona oriental, tal como aconteceu com a zona da Expo, em Lisboa, mas com uma grande diferença: lá foi com dinheiro do Poder Central, aqui tivemos o engenho de motivar os privados – mais a mais da cidade – para proporcionarem um equipamento versátil e sustentável em que se conjuga a economia, a cultura e a coesão”.
Num discurso em que exaltou as juntas de freguesia pelo apoio dado na proximidade à população, Rui Moreira evocou Nuno Ortigão, presidente da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, que faleceu no passado mês de abril, gerando, de imediato, uma ovação da plateia em sua memória.
“Quero concluir os projetos que a pandemia atrasou”
Rui Moreira pede aos portuenses que voltem a acreditar “em mim, na minha visão de cidade e na equipa que me acompanhará”, e garantiu que a sua voz será sempre levantada “na defesa intransigente do Porto, por mais que me traga perseguições e dissabores”.
“Quero concluir os projetos que a pandemia atrasou e acredito que tenho condições para projetar um futuro ainda melhor para o Porto e para as suas gentes”.
Nesse sentido, manifestou que espera que esta campanha continue “a ser diferente das outras”. “Estou certo de que a política rasteira e infame nunca chegará do Porto, mas sim zumbirá de outros poleiros”, e citou Miguel Veiga para dizer quer um Porto “muito orgulhoso” de si próprio.
O antigo vereador da Cultura também foi lembrado. “Nunca esquecerei o tema da felicidade, um tema tão grato para o Paulo Cunha e Silva, com que surpreendemos os portuenses há oito anos: porque sei que cada portuense exige que a sua cidade seja, a cada dia, mais confortável e interessante. E a cada problema que se resolve, outro surge, fruto das circunstâncias inesperadas, e das inevitáveis dores de crescimento. Sabem que podem contar connosco para ouvir, para debater, para depois decidir”, concluiu.
Valente de Oliveira: “Rui Moreira é estimado no Porto e respeitado no país”
As primeiras palavras de Rui Moreira no palco do Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota foram dirigidas ao mandatário da candidatura. “É uma enorme honra tê-lo sempre ao nosso lado”, agradeceu.
Na sua intervenção, Valente de Oliveira tinha destacado o caráter especial da cidade do Porto. “Sendo uma cidade especial, quando se trata de eleger o seu autarca, o seu burgomestre, o chefe da sua administração, tem que se ir buscar uma pessoa especial. Uma pessoa que entenda a história do Porto, que entenda os portuenses, que os olhe com simpatia e que seja naturalmente olhado com simpatia”, afirmou o mandatário da candidatura independente.
Considerando que “o Porto reclama qualidade”, o Professor disse que os portuenses gostam de preservar “as marcas do passado”, conciliando a tradição com uma visão de futuro para a cidade. A este propósito destacou a “solução” encontrada para o Mercado do Bolhão. “Muito respeitosa daquilo que o Bolhão foi e voltará a ser”, avaliou.
“O portuense é diferente do que é corrente; consegue olhar para o futuro, nunca perdendo as amarras à tradição”, vincou ainda Valente de Oliveira.
Olhando àquilo que tem sido a presidência de Rui Moreira na Câmara Municipal do Porto, o mandatário da candidatura confessou ter a vida “muito facilitada, porque tenho oito anos de prática”. “Não estou a propor ninguém que não tenha dado provas sobejas da sua imensa adequação às funções que vai desempenhar”, argumentou.
“Rui Moreira é estimado no Porto e respeitado no país. Os portugueses sabem que luta e que se empenha naquilo que prometeu fazer. O país não fica hoje seguramente surpreendido por ouvir um dos mais antigos políticos da cidade dizer: ‘votem no Rui Moreira’”, assinalou, acrescentando que o Porto evoluiu muito nos últimos oito anos.
“A cidade é hoje um mostruário evidente do sucesso”, concluiu o Professor Luís Valente de Oliveira.