A apresentação decorreu ao final da tarde desta sexta-feira, no Jardim do Cálem, com o Douro como pano de fundo.
As primeiras palavras de Sofia Maia foram de agradecimento à equipa que a acompanha, na sua maioria desde o início deste movimento de cidadania, em 2013. As segundas, para Rui Moreira, “timoneiro” ao leme da cidade do Porto, que mesmo “contra ventos e marés” sempre defendeu os interesses dos portuenses, considerou.
“A nortada está novamente a nosso favor”, continuou. As razões são várias, apontou Sofia Maia: “a obra à vista de todas”, mas não menos importante as políticas fiscais “imateriais”, de que são exemplo a água mais barata da Região, o IMI mais baixo do país ou o passe gratuito para jovens até aos 18 anos, sem esquecer ainda a resposta social do Município no combate à Covid-19. “É assim que a política local faz toda a diferença”, sustentou.
De “consciência tranquila” e com o sentimento de “dever cumprido” o caminho só pode ser um: o da continuidade. “Este é o projeto [de cidade] que melhor conhece a alma dos portuenses”. “O Porto não pode parar. Deverá emergir da pandemia ainda mais forte”, reforçou a candidata à União de Freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos, aludindo à liderança de Rui Moreira.
Centrando a sua intervenção no território ao qual concorre pela terceira vez para novamente ganhar, Sofia Maia descreveu que o último ano não foi fácil, tendo sinalizado “o reforço para o dobro do fundo social” da União de Freguesias como exemplo desse esforço. Já antes, a mandatária da candidatura, Cláudia Fernandes Costa, lhe tinha tinha reconhecido o “trabalho árduo” e “dedicação e excelência”.
“Devemos estar orgulhosos pelo trabalho feito”, declarou Sofia Maia, que assumindo a “responsabilidade” que tem em mãos disse estar com “energia renovada” para completar doze anos à frente dos destinos dos territórios de Lordelo do Ouro e Massarelos.
Na lista de compromissos, pretende “aumentar o apoio domiciliário a idosos e acamados” e “apoiar as famílias carenciadas nas despesas de ATL”. O trabalho em rede no combate e na prevenção à toxicodependência também é uma prioridade, tal como o apoio às atividades culturais e desportivas.
“Democratizar o acesso ao património” existente na União de Freguesias e promover os espaços verdes acrescem aos compromissos assumidos pela candidata, que garantiu ainda que irá “formar um Conselho Consultivo com as entidades sociais do território” e “criar um Gabinete de Apoio ao Associativismo”.
Nesta missão, Sofia Maia tem o apoio de uma vasta equipa de independentes. “É uma equipa composta por todas as idades, com disponibilidade e talento”, realçou.
A última palavra dirigiu-a a Rui Moreira, dizendo que, “independentemente das marés e tempestades, soube ouvir mesmo não estando de acordo”. “É um homem independente mas totalmente comprometido com o nosso Porto”, finalizou a candidata à União de Freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos.
Rui Moreira confirmou que nem sempre estiveram de acordo, mas vincou que passados oito anos não se enganou com a sua primeira impressão, e que Sofia Maia é uma presidente de junta “concentrada nas dificuldades da freguesia mas também nos seus sonhos”.
Porto pioneiro no combate à pandemia
E, olhando para o que se passou em 2013, quando os apoiantes ainda não eram muitos, o candidato à Câmara Municipal do Porto tem consciência de que, há oito anos, “o voto foi de confiança”, porque a campanha “não foi feita de promessas vãs, além de que as pessoas ainda não nos conheciam bem”. Há quatro anos, contrariando “quem dizia que só surfamos a onda”, o certo é que os portuenses “novamente acreditaram em nós, porque consideram que tínhamos condições para navegar qualquer mar”.
De facto, depois de o último ano ter sido “terrível” e de Rui Moreira reconhecer que “a tempestade ainda vai a meio e não acabou”, o importante é que “continuem a perceber que somos capazes de resolver os problemas das pessoas”, afirmou. “Acho que estivemos à altura. Não andámos a atirar dinheiro para cima da fogueira”, observou o candidato, elencando as medidas pioneiras do Município do Porto na testagem em todos os lares da cidade, na compra de ventiladores à China quando escasseavam em Portugal, na distribuição de máscaras nos bairros municipais ainda antes de o seu uso ser obrigatório, na montagem do hospital de campanha e no trabalho com as pessoas em situação de sem-abrigo.
Este “não é o campeonato para ver quem gastou mais do nosso dinheiro”, sublinhou Rui Moreira, que elogiou o trabalho desenvolvido pela ação social da Câmara Municipal do Porto neste período difícil.
Voz independente em defesa dos interesses do Porto
Rui Moreira deixou ainda a garantia de que a sua voz continuará a ser livre de jogos político-partidários e agendas centralistas, sempre em defesa dos interesses da cidade do Porto.
A este propósito, denunciou que o plano de emergência de apoio aos transportes públicos, aprovado pelo Governo com uma verba de 30 milhões de euros, não contempla o Porto. “Não fica cá nada. Há um grande silêncio, um enorme silêncio”, enfatizou. “Isso é que deve importar à oposição, não é contar as nossas assinaturas”.
Recordando ainda as vezes em que a Câmara Municipal do Porto se substituiu ao Estado Central, como o caso da compra de viaturas para a PSP, no apoio às pessoas em situação de sem-abrigo, na criação da primeira sala de consumo assistido na cidade, Rui Moreira voltou ao tema da segurança, particularmente sensível no território da União de Freguesias de Lordelo do Ouro e Massarelos.
O combate à toxicodependência tem de ser uma prioridade da Administração Central e Rui Moreira garante que não vai descansar enquanto “o conforto” e a “vida tranquila” da população local estiver a ser afetada. Embora a Câmara Municipal do Porto não tenha competências em matéria de segurança, Rui Moreira revelou que “já conseguimos alguma coisa”. “Vamos ter videovigilância, já autorizaram”, informou o candidato, acrescentando que a aprovação do Ministério da Administração Interna “demorou eternidades” e que é o Município do Porto que “vai pagar a instalação toda”.