O investimento, de cerca de 13 milhões de euros, foi assumido integralmente pelo Executivo de Rui Moreira. Além de ser uma obra que vai mudar o paradigma da mobilidade e dos transportes na cidade do Porto, é também um projeto de arquitetura notável, que inclui uma cobertura verde superior a 4 hectares.
Há dois anos, no âmbito do ciclo de reuniões que o Porto, o Nosso Movimento promoveu com os vereadores eleitos, a vereadora dos Transportes da Câmara do Porto, Cristina Pimentel, teve a oportunidade de apresentar o projeto do Terminal Intermodal de Campanhã (TIC). Em boa hora o fizemos, não só porque estas atividades colocaram os responsáveis pela governação da cidade a apresentar, de viva voz, projetos de relevo, como também sujeitou-os ao escrutínio dos associados.
Nessa reunião, Cristina Pimentel classificou o Terminal Intermodal de Campanhã “como grande interface de nível um da Região Norte”. Recordou que começou a ser pensado há mais de 15 anos, e que no primeiro mandato Rui Moreira retomou o projeto, ao fechar um acordo histórico – o denominado “Acordo do Porto” – com o Governo do ex-Primeiro Ministro, Pedro Passos Coelho.
Foi este entendimento que permitiu à cidade do Porto adquirir os terrenos necessários para a construção do futuro equipamento.
“Este Terminal é fundamental para o rebatimento de toda a rede, quer ao nível rodoviário, ferroviário, como de metro. Vai oferecer condições de conforto e de segurança absolutamente ímpares”, referiu nesse encontro Cristina Pimentel, que nessa altura, início de 2019, fazia o ponto de situação do projeto.
“Aguardamos a avaliação das propostas que se apresentaram ao concurso público que lançámos, e estimamos que a obra inicie ainda este ano. Esperemos que daqui a dois anos esteja concluído”, afirmou Cristina Pimentel.
E estará. Cumprimos.
Cobertura verde de 4 hectares e menos de 1.776 toneladas equivalentes a petróleo em cinco anos
A área bruta de construção do Terminal Intermodal de Campanhã é de 24.000 m2. Vai abranger não só os comboios suburbanos e os de longo curso, o metro e a STCP, como também os autocarros de serviço intermunicipal e regional, que passam a dispor de um terminal de última geração, numa zona da cidade de fácil acessibilidade rodoviária, próxima à Via de Cintura Interna (VCI) e às autoestradas circundantes (A1, A3, A4 e A43).
A obra inclui também a construção de novas vias de acesso. O objetivo é tornar o TIC na interface estratégica ao anel de contorno da cidade do Porto, funcionando em articulação com a interface da Casa da Música e a futura interface do Hospital de S. João.
O Terminal vai dispor de áreas utilitárias, como parque de estacionamento, estação de serviço, parque de bicicletas e praça de táxis, bem como áreas complementares de apoio ao público, áreas administrativas e áreas técnicas essenciais.
No imediato, será responsável pela criação de 30 postos de trabalho diretos, e o seu funcionamento vai ser interrupto: 24 horas sob 24 horas.
Além de se apresentar como um grande empreendimento de arquitetura e engenharia, o Terminal Intermodal de Campanhã será também revolucionário no campo da sustentabilidade ambiental. A cobertura verde e a área circundante igualmente ajardinada vão totalizar 46 mil metros quadrados.
Por outro lado, irá contribuir substancialmente para a redução da emissão de gases com efeito de estufa no centro da cidade, área mais pressionada pela poluição atmosférica. Em contrapartida, com o início da operação do TIC elimina-se o problema crónico de paragens informais no centro do Porto, em infraestruturas pouco qualificadas.
Em cinco anos, estima-se a redução de cerca de 1.776 tep (toneladas equivalentes a petróleo) para a atmosfera, o correspondente a 5.226 toneladas de CO2eq.