Sobre essas decisões, Rui Moreira sempre respeitou os seus antecessores e defendeu a legalidade das suas decisões, invocando ter a certeza que decidiram em consciência. Nunca se lhe ouviu outras palavras. E isso torna ainda menos aceitável que o “bloco central” continue a investir na distorção da verdade e em “chapeladas” como a que tentou o socialista Braga de Carvalho, na Comissão de Inquérito criada por unanimidade pela Assembleia Municipal, sobre o assunto.
Sem o acordo dos restantes membros, este ex-assessor do ex-ministro da Defesa, demitido após os graves e caricatos acontecimentos de Tancos, elaborou conclusões que não tinham sido assumidas por ninguém e, antes de tudo, inclusivamente de serem lidas pelos membros da Comissão, foram enviadas para a Comunicação Social, fingindo ser um relatório final e pondo-se ao serviço da estratégia há muito em curso pelo “Bloco Central”.
Um relatório ao jeito de Tancos, que existe mas não existe, e que pretendia usar e seguir a mesma táctica do Ministério da Defesa de então e que tanto envergonhou e denegriu os portugueses.
Confrontado pelos colegas deputados municipais, desertou da comissão, juntando-se ao PSD que já tinha tomado idêntica posição por não querer aceitar as suas decisões democráticas, preferindo ter mentido como o fez.
A 1 de Outubro houve eleições e, logo nessa noite, Rui Moreira avisou que o que estava em preparação no Porto era um balão de ensaio do “bloco central”. Ele tem-se manifestado de muitas formas, em votações e comunicados, sobre tudo e sobre nada e em estranhos alinhamentos que os eleitores não entendem.
Infelizmente estes partidos continuam a querer usar o Porto numa estratégia nacional de bloco central que não traz nada de bom à nossa cidade nem ao nosso país. Mas esta tentativa de truque levada a cabo, desta vez, pelo PS não vingará, porque o Porto não é Tancos, e aqui os relatórios e os memorandos não voam tão facilmente para debaixo dos tapetes ou pelas janelas dos gabinetes, sem que ninguém dê conta. Porque no Porto a verdade vence sempre.
Francisco Ramos, in Jornal de Notícias, 18 de Dezembro de 2018
PRESIDENTE DIRECÇÃO ASSOCIAÇÃO CÍVICA PORTO, O NOSSO MOVIMENTO