A comparação foi feita por Rui Moreira em declarações aos jornalistas, à saída do Palácio da Justiça, na Cordoaria.
“Conseguimos reverter aquilo que foi uma lei que tinha sido feita pelo Partido Socialista e pelo PSD para nos impedir de concorrer”, afirmou o candidato à Câmara Municipal do Porto, destacando que este “exercício de cidadania” resultou na recolha de milhares de assinaturas – exatamente 23.101 assinaturas – que dariam “para formar três partidos políticos”.
A caminhada que reuniu hoje largas dezenas de apoiantes partiu da sede de candidatura do Grupo de Cidadãos Eleitores “Aqui Há Porto”, na Avenida dos Aliados em direção ao Juízo Cível do Porto, ao início da tarde. O percurso, de menos de um quilómetro, fez-se em cerca de dez minutos, tempo suficiente para que já lá estivesse a mítica pão de forma (imagem de marca que acompanha as candidaturas independentes de Rui Moreira desde 2013), meio de transporte para as dezenas de capas que contêm as milhares de assinaturas confiadas pelos portuenses aos diferentes órgãos autárquicos (Câmara, Assembleia Municipal e Juntas de Freguesia).
A formalização da entrega das assinaturas no interior do tribunal decorreu em poucos minutos, após retrato da família “Aqui Há Porto” nas escadarias do tribunal, cumprindo o ritual de boa fortuna.
“Quero agradecer a todos aqueles que recolheram assinaturas e que assinaram”, vincou Rui Moreira já depois de deixar as assinaturas à guarda do tribunal e lembrando que, desta vez, a tarefa foi ainda mais difícil devido à pandemia.
“Este nosso movimento independente quer concorrer à Câmara do Porto e voltar a ganhar as eleições para melhorar a vida dos portuenses. Não é para fazer grandes obras faraónicas, não é para ficar na história, é para fazermos a história. São coisas diferentes”, continuou o candidato à Câmara Municipal do Porto, explicando que o que verdadeiramente importa é trabalhar sempre para “melhorar a qualidade vida dos portuenses”.
Trabalho que, está consciente, é um desafio constante. “Cada vez que fazemos uma coisa, há um novo desafio”.
“Fechar o ciclo das grandes obras” – como a obra de restauro e modernização do Mercado do Bolhão, a construção do Terminal Intermodal de Campanhã e do Matadouro Industrial em Campanhã – “não é um fim em si mesmo”, assentou Rui Moreira, explicando que, o mais importante, é devolver o Bolhão aos comerciantes e portuenses e entregar outros equipamentos que tornem a cidade mais sustentável, confortável e atrativa. Algumas das obras que estão agora a ser terminadas, admitiu, “eram aquelas que não tinham começado e que tinham sido prometidas há 30 anos”.
A garantia de uma voz independente em defesa dos interesses do Porto e da Região Norte, livre de diretórios partidários e de agendas centralistas, foi igualmente pelo candidato à Câmara Municipal do Porto.
O número de assinaturas recolhidas pelo Grupo de Cidadãos Eleitores “Aqui Há Porto” para todos os órgãos autárquicos excedeu em 72% o mínimo exigido por lei. Para a Câmara Municipal, o número de assinaturas apresentada atingiu 194% (às 5041 assinaturas validadas, acrescem 2758 não verificadas) em comparação ao requerido.
O processo de recolha de assinaturas envolveu dezenas de apoiantes, representando uma notável capacidade de mobilização cívica dos portuenses, mais ainda considerando o contexto atual de pandemia. Em 2013, o Movimento Independente desenvolveu o processo durante quatro meses, em 2017, em apenas um mês, e, em 2021, em menos de um mês.