Se através da escola pretendemos combater a exclusão social, “a discriminação tem que ser positiva”, considera Fernando Paulo. Com melhor capacidade para intervir neste domínio estão os municípios, acredita, que conhecem todas as idiossincrasias dos territórios e estão aptos para aplicar medidas diferenciadoras. Por isso, o candidato da lista de Rui Moreira, que já na semana anterior apresentou as linhas programáticas do movimento independente para a Educação nas Conversas à Porto, defende que o governo tem que ser mais audaz e confiar às autarquias locais esta tarefa. “Com o respectivo envelope financeiro”, acrescentou.
Acreditando que, caso seja reeleito presidente da Câmara, Rui Moreira e a sua equipa vão conseguir que o sector educativo seja também uma referência para o município, à semelhança do que já acontece com a cultura, Fernando Paulo reforçou que, para cumprir esse desígnio, o Nosso Partido é o Porto sabe bem como agir. “Neste mandato tratámos bem a Educação. Disponibilizámos os meios e as ferramentas. Agora, podemos ir mais longe. A Câmara Municipal deve constituir-se como parceira igual. Temos que ser intervenientes, mais participativos e gerar oportunidades”.
Com o know-how e a técnica, Fernando Paulo acredita que o Plano de Desenvolvimento Educativo Municipal, um plano de médio e longo prazo que já apresentou nas Conversas à Porto, pode fazer a diferença, articulando políticas transversais, que envolvam as áreas da coesão social e da cultura. E, sobretudo, agindo “com recursos especializados”.
PARTICIPANTES DO ENCONTRO COMENTAM O PORTO E A EDUCAÇÃO
Isabel Barros, membro da direcção do balleteatro, fez questão de referir que foi no Porto que “nasceram as primeiras escolas de teatro e de dança”, indicador da importância do ensino artístico na cidade. Aliás, encontra nos últimos anos um interesse político pela cultura, que considerava estar adormecido. Por isso, agradeceu a Rui Moreira o facto de “viver numa cidade que entusiasma e de onde não dá vontade de sair”.
Joe Santos, co-fundador da associação Vencer Autismo, apresentou o projecto piloto da organização. “Retirar o estigma negativo do autismo e dar as ferramentas para que todos saibam lidar e ajudar as crianças com autismo” é a missão da associação. Nos últimos anos, os fundadores têm realizado palestras gratuitas por todo o país, tendo já contribuído para a formação de mais de 15 mil pessoas. Como defendeu ontem à noite Joe Santos, “o mais importante na educação é acreditarmos nela”.