Até à atuação do presente Executivo, nunca esta área da cidade tinha merecido a atenção que lhe era devida por parte da Câmara Municipal, em parte fruto de uma circunstância geográfica específica, de um território marcado por grandes infraestruturas que se transformaram em barreiras físicas e de um passado marcado por alguma segregação física e social.
O panorama mudou nos últimos anos, com o Município do Porto a procurar resolver estas contrariedades, ao lançar para a freguesia de Campanhã o maior pacote de investimentos de que há memória.
A prioridade política à regeneração do Porto Oriental começou, com este Executivo, pela elaboração de um conjunto de planos e de projetos estruturantes. Desde logo, através da delimitação e aprovação de três Áreas de Reabilitação Urbana em Campanhã, Contumil e em Azevedo, que para além de conferirem benefícios a quem nelas invista, organizaram um conjunto de projetos estratégicos que estão já a ser implementados pela Câmara Municipal. Paralelamente, a maioria independente elaborou um Masterplan Estratégico dedicado ao Porto Oriental. No fundo, trata-se um documento técnico, mas também político ao materializar uma visão e ao refletir uma prioridade, observando as vocações e potencialidades deste território.
Além dos desafios e das dificuldades conhecidas, Campanhã possui um conjunto de ativos territoriais significativos. É nesta área que se vai localizar, dentro em breve, a maior interface intermodal do Norte do país; é a única que detém uma frente de rio com elevado potencial de desenvolvimento sustentável; nesta zona da cidade subsistem, também, importantes valores ecológicos e ambientais, sendo das poucas áreas com disponibilidade de solo ou de edifícios industriais devolutos. Por outro lado, o sucesso da estratégia de desenvolvimento urbano que a cidade conheceu nos últimos anos são potencialmente fatores que contribuirão para o desenvolvimento e a integração dos territórios mais orientais na dinâmica da cidade. É o caso da prioridade à reabilitação urbana no Centro Histórico; do crescimento do campus universitário da Asprela; ou ainda, mais recentemente, do ressurgimento de importantes investimentos na área do Plano de Pormenor das Antas.
O futuro do Porto Oriental jogar-se-á, pois, entre estas duas dinâmicas: as qualidades intrínsecas da freguesia, e as dinâmicas urbanas externas do resto da cidade.
Projetos em curso
A governação independente da Câmara do Porto implementou um conjunto muito significativo de projetos estratégicos em Campanhã. Esses projetos dizem respeito à habitação, à mobilidade, à cultura, ao ambiente e à economia e emprego.
Importa referir, desde logo, o significativo investimento na reabilitação dos bairros municipais. Merecem destaque os projetos de habitação com renda acessível em curso, em particular o do Monte da Bela, um dos maiores investimentos municipais em curso destinado à habitação para a classe média, um projeto de regeneração e de coesão na diversidade.
Na mobilidade, destaque para a obra do Terminal Intermodal de Campanhã. Um investimento de âmbito supra municipal, que reforçará a relevância da cidade do Porto no sistema regional de mobilidade, ao mesmo tempo que vai qualificar a fachada oriental da Estação de Campanhã com um parque urbano com mais de 4 hectares. Este projeto materializa ainda a prioridade dada à intermodalidade e à sustentabilidade, mas também ao desenvolvimento da freguesia de Campanhã.
Os valores ambientais são um dos principais ativos deste território, e serão reforçados pelos seguintes projetos: a expansão do Parque Oriental, já concluído em grande medida, mas previsto continuar no médio prazo. Junto à Alameda de Cartes vai também nascer um novo parque urbano de proximidade, integrado num projeto de requalificação mais vasto da área entre os bairros do Falcão, do Cerco e do Lagarteiro. Mas porventura o mais simbólico dos projetos, neste âmbito, é o da requalificação do jardim da Praça da Corujeira, cujo projeto, escolhido através de um concurso público de ideias, vai converter o centro cívico e simbólico da freguesia num espaço qualificado, que tirará amplo partido do coberto arbóreo da praça, com equipamentos de proximidade e de lazer integrados no desenho final.
Essa requalificação será complementar à intervenção nos espaços públicos e arruamentos circundantes, que criará um verdadeiro centro cívico qualificado entre a Praça da Corujeira, a Rua de São Roque e o antigo Matadouro. É nesse antigo equipamento municipal que se localiza o projeto-chave de toda a estratégia de regeneração do Porto Oriental.
O futuro centro cultural e empresarial que está já em construção no antigo Matadouro será um equipamento inovador, ao cruzar a instalação de novas empresas de base tecnológica com uma extensão do Museu da Cidade, outra da Galeria Municipal do Porto, e ainda com espaços direcionados para projetos municipais de ação social.
O programa desta nova centralidade materializa e interseta transversalmente os quatro pilares do Manifesto Eleitoral com que nos apresentámos à cidade em 2017: a coesão, a economia, a cultura e a sustentabilidade.
O Matadouro será a pedra de fecho de um arco de investimentos e de projetos estratégicos, um projeto emblemático, resultado de um investimento privado de mais de 40 milhões de euros em domínio municipal. O projeto, da autoria do premiado arquiteto japonês Kengo Kuma, acrescenta à manutenção dos valores pré-existentes o valor da contemporaneidade, através de uma reabilitação cuidada aliada a um projeto novo de transformação radical e impactante.
O futuro do Porto com futuro
A regeneração da zona oriental do Porto é uma tarefa para mais que uma geração e carece de um comprometimento de longo prazo por parte da autarquia. Além dos projetos estruturantes em curso e da prática quotidiana do município, o futuro desta parte da cidade vislumbra-se nos planos que este Executivo já elaborou, discutiu e apresentou à cidade.
A alteração das condições de acesso e mobilidade, com vista ao reforço da integração e interligação deste território com as outras áreas da cidade e com os municípios vizinhos, continuará a ser uma prioridade depois de terminado o Terminal de Campanhã.
Ao mesmo tempo, as condições de interligação de todo o território oriental com a Área Metropolitana serão reforçadas com a construção de uma nova ponte, à cota baixa, perto da zona do Freixo, que juntamente com os novos acessos previstos no Plano Diretor Municipal (PDM) à cota alta, contribuirão sobremaneira para a transformação da zona ribeirinha oriental, uma área com elevado potencial de desenvolvimento e de qualificação urbanística.
Mais a norte, perto do centro cívico da freguesia e imediatamente contíguos à futura centralidade do Matadouro, os terrenos da antiga estação de recolha da STCP de São Roque, e os terrenos do Mercado Abastecedor, são duas oportunidades de áreas de regeneração urbana com escala e centralidade únicas no concelho do Porto. A médio e longo prazo, o PDM e os planos estratégicos da Câmara do Porto antecipam para estes locais duas novas áreas urbanizadas, modernas e qualificadas, com serviços e habitação.