As cidades têm vindo a impulsionar políticas de preservação dos recursos, conscientes de que este é o maior legado que podem deixar às gerações futuras. O Porto tem assumido uma posição de liderança nesta matéria, combatendo as alterações climáticas em múltiplas frentes. Uma das áreas mais importantes deste investimento na sustentabilidade ambiental repercute-se na expansão e requalificação das áreas verdes e azuis da cidade.
Um verdadeiro Parque Oriental da Cidade
No que diz respeito ao aumento de área verde de uso público, o grande destaque vai para a duplicação do Parque Oriental, com a construção de um parque linear nas margens do Rio Tinto. Aberto ao público em 2019, os 16 hectares de área verde agora disponíveis distribuem-se ao longo de um caminho pedonal e ciclável de cerca de 3km de extensão, ligando a rotunda do Freixo, no Porto, ao concelho de Gondomar.
A construção deste parque é a cereja no topo do bolo de uma empreitada que resolveu a poluição do Rio Tinto, o maior passivo ambiental da cidade. Cumprimos o desígnio de poder ver e usufruir de um rio despoluído e saudável, cujas margens são, agora, percorridas pela população. Além disso, constitui motivo de descoberta pela biodiversidade que já nele se avista. Fruto desta intervenção, a natureza fará agora o seu papel na recuperação progressiva da biodiversidade. Quando atingir a sua maturidade vegetativa, tornar-se-á, indelevelmente, num dos ex-libris do Porto.
Uma imensidão verde – e azul – na Asprela
No coração da Asprela está a nascer um novo parque urbano com 6 hectares, percorrido por ribeiras renaturalizadas e espaços verdes para fruição da população. Desenhado com soluções de base natural e já em obra, o Parque Central da Asprela é ainda um importante instrumento de adaptação às alterações climáticas, permitindo acumular até 10.000 m3 de água durante períodos de chuvas intensas, aumentando a resiliência da cidade do Porto.
Este é, sobretudo, um projeto agregador de três das mais prestigiadas instituições da cidade – a Câmara Municipal do Porto, a Universidade do Porto e o Politécnico do Porto – que conjugaram esforços para abrir à cidade este espaço verde, que se torna uma mais-valia para as mais de 60 mil pessoas que por ali circulam diariamente.
Terminal Intermodal de Campanhã e o parque verde que o cobre
O Terminal Intermodal de Campanhã (TIC) servirá o seu propósito, há muito ambicionado pela cidade, enquanto importante polo na grande estação intermodal da cidade. Mas, simultaneamente, propicia com o seu projeto inovador uma enorme alteração da envolvente urbana. O TIC será coberto por um grande parque verde com mais de 4,6 hectares. Uma enorme requalificação do espaço urbano em Campanhã, consubstanciando mais uma grande aposta na zona oriental e proporcionando uma interligação com a Quinta da Bonjóia.
Mais Parque da Cidade
Iniciaram-se as obras no Parque da Cidade, naquela que é considerada a terceira e última fase de desenvolvimento deste grande espaço verde. Esta intervenção, em cerca de 10 hectares, faz o remate da zona mais a poente do parque, resgatando para a área verde parte da zona alcatroada do Queimódromo. Com ela nascem ainda três novas clareiras e uma icónica avenida de árvores.
Certificado com a exigente norma EMAS (Eco Management and Audit Scheme) e reconhecido internacionalmente, o Parque da Cidade merece esta atenção.
Jardins e parques recuperados
Durante o mandato, muitos foram os espaços verdes e parques recuperados. Destacam-se a requalificação do Jardim Émile David nos Jardins do Palácio de Cristal, a reabilitação do Parque do Covelo e a reabilitação do Parque das Águas.
Nestes anos de governância independente na Câmara do Porto mais projetos foram desenvolvidos neste âmbito. Ainda no correr de 2021, vai iniciar-se a obra de reabilitação da Praça da República e da sua envolvente, assim como a reabilitação do Parque São Roque e respetiva expansão em mais 2 hectares de área de fruição ao público. De igual modo, estão a ser dados passos determinantes rumo a um novo Parque Alameda de Cartes, que vai erguer-se entre os espaços habitacionais do Falcão, Corujeira e Cerco, e que contará com ligação direta ao Parque Oriental. Ultimam-se ainda os projetos para as empreitadas do Parque da Lapa, bem como da reabilitação da Praça da Corujeira.
Em retrospetiva, o investimento no aumento das áreas verdes de uso público foi contínuo e considerável. Requalificaram-se grandes áreas, mas deu-se também enorme atenção aos muitos pequenos jardins de proximidade, concluindo projetos que há muito estavam no imaginário dos portuenses, cuidando do património riquíssimo de jardins e parques do Porto.
Esta atenção é extensível à gestão cuidada, mas exigente, do património arbóreo da cidade, que sempre soubemos respeitar e tantas vezes expandir.