“De boas intenções,…”. É para contrariar, a todo custo, a sabedoria popular, que a Associação Porto, o Nosso Movimento, como aliás todos os autarcas independentes do País, dão neste momento o benefício da dúvida a PS e PSD, e aguardam que, durante o próximo mês, as suas reivindicações sejam ouvidas e atendidas.
Isso mesmo confirmou hoje Rui Moreira na SIC Notícias, depois de ter participado numa reunião em São João da Pesqueira que reuniu presencialmente 11 autarcas, três por videoconferência, e ainda o presidente da AMAI – Associação Nacional dos Movimentos Autárquicos Independentes.
Segundo o presidente do Conselho de Fundadores do Porto, o Nosso Movimento, houve consenso entre os autarcas independentes de que, o próximo passo, é solicitar uma reunião com os partidos representados no Parlamento.
“O que ficou decidido hoje é que iremos pedir aos partidos com assento na Assembleia da República para receberem uma delegação nossa, para explicarmos qual é o nosso ponto de vista, e qual é o limiar mínimo que consideramos necessário para podermos concorrer a eleições”, esclareceu Rui Moreira, recordando que está prevista para o dia 25 de março um debate no hemiciclo sobre esta matéria.
Só depois de avaliada a recetividade dos partidos e de verificadas as ações concretas que daí advierem, é que os independentes tomarão uma posição final.
“No dia 31 de março encontrar-nos-emos em Portalegre para perceber se então – já não na base das promessas mas na base daquilo que é a decisão do Parlamento – se temos condições para ir como independentes, que é o que nós queremos. Não tendo essa possibilidade, porque as alterações podem ser aquelas de que nós não necessitamos, então a formalização de outra solução pode passar efetivamente por um partido”, admitiu Rui Moreira.
Para o presidente da Câmara do Porto, os partidos políticos devem entender, de uma vez por todas, que a criação de Grupos de Cidadãos Eleitores não deve ser encarada como uma ameaça, porque os seus objetivos são, de raiz, distintos.
“Os partidos políticos têm, por definição, uma natureza ideológica, que faz todo o sentido no Parlamento nacional. Já os Grupos de Cidadãos Eleitores apresentam-se com um determinado projeto para a cidade, e até podem ter, entre eles, ideologias diferentes e votar em partidos diferentes nas legislativas. Foi o meu caso, quando anunciei em 2013 que tinha um projeto para a cidade, em que a Cultura, a Coesão Social e o Desenvolvimento Económico tinham um papel fundamental”, explicou.
“A fazer parte de algum partido será por extrema necessidade, para podermos concorrer às eleições”, reiterou Rui Moreira.